"No contexto da guerra aberta que está a ser travada no âmbito do conflito ucraniano, estes exercícios não conduzem a mais do que uma escalada da tensão", declarou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, citado pela agência espanhola EFE.
As relações entre Moscovo e a Aliança Atlântica estão particularmente tensas devido à invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022.
As manobras da NATO (sigla em inglês da Organização do Tratado do Atlântico Norte) surgem numa altura em que a Rússia anunciou uma reformulação da sua doutrina nuclear, referiu a agência espanhola Europa Press.
Segundo o Presidente russo, Vladimir Putin, a nova doutrina prevê uma resposta nuclear a um ataque convencional, referindo-se a uma possível autorização ocidental para a Ucrânia utilizar mísseis de longo alcance contra alvos na Rússia.
A Ucrânia tem pedido repetidamente ao Ocidente autorização para utilizar mísseis de longo alcance de fabrico ocidental contra alvos em território russo, um pedido ao qual ainda não obteve uma resposta positiva.
A Rússia realizou no início do mês o primeiro teste do sistema nacional de alerta público em antecipação de uma possível autorização ocidental à Ucrânia.
O teste foi realizado em todas as regiões federais da Rússia, anunciou na altura o Ministério das Situações de Emergência russo.
O novo secretário-geral da NATO, Mark Rutte, confirmou no final da semana passada que as manobras começariam hoje, como planeado.
"Num mundo incerto, é vital que ponhamos à prova a nossa defesa", justificou Rutte.
Trata-se do exercício nuclear "Steadfast Noon", de duas semanas, que envolve mais de 2.000 militares, mas sem armas reais.
O exercício anual realiza-se em outubro e este ano consistirá principalmente em voos sobre vários países da Europa Ocidental, informou a NATO num comunicado.
Participarão oito bases aéreas e 13 países enviarão diferentes tipos de aviões, incluindo aparelhos capazes de transportar ogivas nucleares, bombardeiros, caças de escolta, aviões de reabastecimento e aviões capazes de fazer reconhecimento e guerra eletrónica.
O exercício deste ano inclui voos principalmente sobre os países anfitriões, a Bélgica e os Países Baixos, e no espaço aéreo da Dinamarca, do Reino Unido e do Mar do Norte.
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