"No âmbito da guerra genocida e das deslocações, a ocupação [Israel] continua, há mais de um ano, a cometer as formas mais atrozes de genocídio contra o nosso povo", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP).
O comunicado, divulgado nas redes sociais, surgiu no contexto da intensificação da ofensiva militar contra o norte da Faixa de Gaza na última semana, que causou centenas de vítimas, segundo a agência espanhola Europa Press.
A diplomacia da ANP lamentou que os palestinianos sejam não só vítimas de Israel, "mas também da duplicidade de critérios internacionais e da incapacidade das instituições internacionais legítimas para impor e implementar as decisões sobre a questão palestiniana".
Acusou Israel de "cometer os crimes mais hediondos, no quadro de um massacre aberto e contínuo contra civis palestinianos para esvaziar a zona, seja através de assassinatos, limpeza étnica ou deslocações forçadas".
O ministério disse que a posição internacional encoraja as autoridades israelitas a "continuar a implementar planos para matar à fome e deslocar os palestinianos".
O objetivo, referiu, é desmembrar a terra natal dos palestinianos "através de crimes de anexação gradual ou de zonas tampão", de modo a "liquidar as fundações do Estado palestiniano".
O ministério disse que a diplomacia palestiniana prossegue o "trabalho político e jurídico a nível internacional para denunciar o genocídio, as deslocações e os planos do governo israelita para liquidar a questão palestiniana a todos os níveis".
O objetivo é "traduzir o consenso internacional em medidas vinculativas" para a criação do Estado palestiniano, disse.
O ministério condenou ainda os "horríveis massacres" que disse terem sido cometidos por Israel nas últimas horas.
Referiu os ataques a um centro de distribuição de ajuda em Jabalia, no norte de Gaza, e a uma escola e um hospital no centro do enclave, que disse terem matado cerca de 40 palestinianos e causado dezenas de feridos.
Criada pelos acordos de Oslo de 1994, entre Israel e a Organização de Libertação da Palestina (OLP), a Autoridade Palestiniana, também conhecida como Autoridade Nacional Palestiniana, governa a Cisjordânia, parte da qual está sob ocupação israelita.
A ANP, presidida por Mahmoud Abbas, também é o governo 'de jure' da Faixa de Gaza, mas não exerce ali o poder desde 2007, quando o Hamas assumiu o controlo do enclave pela força.
Um ataque do Hamas, um grupo radical apoiado pelo Irão, contra Israel em 07 de outubro de 2023 desencadeou o atual conflito, que provocou mais de 40.000 mortos e envolve também o Líbano e o Irão.
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