Numa conversa telefónica com o seu homólogo iraniano, Abbas Araghchi, Wang Yi sublinhou o dever da China de acalmar as tensões e promover o diálogo, de acordo com um comunicado divulgado pela diplomacia chinesa.
"A China sempre defendeu a resolução dos conflitos através do diálogo e da consulta", apontou o ministro, sublinhando ainda que Pequim continuará a reforçar a comunicação entre as partes envolvidas para construir um consenso internacional mais alargado.
"Opomo-nos à exacerbação das tensões e à expansão dos conflitos", acrescentou.
Araghchi manifestou a preocupação do Irão com o risco de nova escalada e sublinhou o valor da influência da China nos assuntos internacionais, salientando a disponibilidade de Teerão para trabalhar com Pequim na procura de soluções diplomáticas.
"O Irão não quer assistir a uma nova expansão do conflito", afirmou, exortando Israel a ser cauteloso.
O ministro iraniano sublinhou igualmente a importância de uma coordenação estreita com a China, o seu principal parceiro comercial e aliado estratégico, para resolver a situação, enquanto aguarda a resposta de Israel ao ataque iraniano com 180 mísseis balísticos contra o Estado hebreu, em 01 de outubro.
Numa outra chamada telefónica com o seu homólogo israelita, Israel Katz, Wang sublinhou que "os desastres humanitários em Gaza não devem continuar" e que "combater a violência com violência não responde verdadeiramente às preocupações legítimas de todas as partes".
Katz informou Wang sobre os combates no norte de Israel contra o grupo xiita libanês Hezbollah, que faz parte do "Eixo de Resistência" liderado por Teerão e pelo Hamas palestiniano.
O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros sublinhou que a China exige "um cessar-fogo imediato, completo e permanente em Gaza e a libertação de todos os reféns israelitas" raptados pelo Hamas.
Pequim tem reiterado em várias ocasiões o apoio à "solução dos dois Estados", manifestando a sua "consternação" perante os ataques israelitas contra civis em Gaza, e mantém um papel cada vez mais ativo como mediador nos conflitos do Médio Oriente, que surge em paralelo com os seus crescentes interesses económicos e energéticos enquanto maior importador mundial de petróleo.
Em julho passado, foi assinado em Pequim um acordo entre o grupo islâmico Hamas, o partido secular Fatah e uma dúzia de outros grupos palestinianos e, no ano passado, a China mediou o restabelecimento das relações diplomáticas entre o Irão e a Arábia Saudita.
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