O camião que transportava gasolina desviou-se para evitar colidir com outro camião. Após o acidente, os residentes juntaram-se à volta do veículo para recolher o combustível que se tinha derramado na estrada e nas bermas.
Os agentes da polícia que tentaram detê-los foram empurrados pela multidão, explicou Lawan Shiisu Adam, porta-voz da polícia.
Foi nessa altura que ocorreu a explosão, acrescentou, sem especificar a causa exata, adiantando que o número de mortos contabilizados para já é de 140, mas acrescentando que "pode ainda aumentar".
"Mais de 140 pessoas foram já foram enterradas", declarou Nura Abdullahi, porta-voz da Agência Nacional de Emergência Médica.
O país mais populoso de África atravessa uma grave crise económica, com uma inflação de 32,7% em setembro, alimentada sobretudo pelas reformas económicas introduzidas pelo novo Presidente, Bola Ahmed Tinubu.
Entre estas medidas, o fim dos subsídios aos combustíveis fez disparar os preços, tornando a gasolina num catalisador do descontentamento dos nigerianos.
O preço na bomba quintuplicou em 18 meses, contribuindo para o aumento dos preços dos alimentos e dos transportes, em particular, e mergulhando muitos nigerianos na pobreza extrema.
"Este incidente devastador abalou-nos a todos até ao âmago. O governo federal está ao lado do povo de Jigawa" (o estado onde ocorreu), declarou o vice-presidente do país, Kashim Shettima, num comunicado, apelando a uma "revisão completa dos protocolos de segurança do transporte de combustível na Nigéria" e à "mobilização imediata" das agências de salvamento do país.
Os acidentes em estradas mal conservadas são uma ocorrência frequente na Nigéria.
Os acidentes envolvendo camiões-cisterna também são frequentes: a Comissão Federal de Segurança Rodoviária (FRSC) registou 1531 acidentes deste tipo em 2020, resultando na morte de 535 pessoas.
Para além da perda de vidas e bens, estes acidentes causam danos ambientais devido a fugas de gasolina.
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