Médio Oriente. Hezbollah afirma que guerra entrou numa nova fase

O Hezbollah garantiu hoje que entrou numa nova fase na luta contra Israel, um dia depois de Telavive ter anunciado a morte do líder do Hamas, numa operação de rotina do exército israelita na Faixa de Gaza na quarta-feira.

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Lusa
18/10/2024 12:15 ‧ 18/10/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

O Hamas ainda não respondeu ao anúncio israelita da morte de Yahya Sinouar, mas o seu aliado Irão (que apoia o Hezbollah, também envolvido num conflito com Israel no Líbano) divulgou uma declaração em homenagem ao líder palestiniano através da sua missão nas Nações Unidas.

 

Sinouar é tido como o principal arquiteto do ataque de 7 de outubro de 2023 ao sul de Israel que precipitou a última escalada de conflitos no Médio Oriente.

Segundo relata a agência noticiosa Associated Press (AP), muitos, desde os governos dos aliados israelitas até à população de Gaza, expressaram a esperança de que a morte de Sinouar possa abrir as portas ao fim da guerra, mas o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, garantiu precisamente o contrário.

"A nossa guerra [contra o Hamas e Hezbollah] ainda não acabou", afirmou Netanyahu, ao anunciar a morte de Sinouar, sublinhando que a eliminação do líder do Hamas é "o princípio do fim" da guerra na Faixa de Gaza entre Israel e o movimento islamita palestiniano.

"Yahya Sinouar está morto. Foi morto em Rafah pelos corajosos elementos do Exército israelita. Isto não significa o fim da guerra em Gaza, mas o início do fim", sublinhou o líder do Governo israelita.

Netanyahu transmitiu ainda uma mensagem ao "povo de Gaza", garantindo que a guerra pode "terminar amanhã se o Hamas pousar as suas armas e libertar os reféns".

"Israel irá garantir a segurança de todos os que libertarem os reféns. Mas para os que lhes fizerem mal, tenho outra mensagem, vamos caçar-vos e levar-vos à justiça", sublinhou.

Antes, o primeiro-ministro israelita, que lidera um governo de coligação com a extrema-direita, tinha afirmado que Israel "acertou as suas contas" com Sinouar, sustentando ainda que a eliminação do líder do Hamas é "um passo importante" no declínio do grupo islamita palestiniano.

A 07 de outubro de 2023, militantes liderados pelo Hamas entraram em Israel e mataram cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis, e sequestraram outras 250. 

Israel respondeu e a ofensiva em Gaza já matou mais de 42.000 palestinianos, segundo as autoridades de saúde locais, que não distinguem combatentes de civis. 

A guerra destruiu grandes áreas de Gaza e deslocou cerca de 90% da sua população de 2,3 milhões de pessoas.

Quer a Rússia quer a China, aliados do Irão e próximos dos movimentos palestiniano e libanês, confirmaram a morte de Sinouar, com Moscovo preocupada com "consequências para a população civil" e Pequim a considerar ser necessário um cessar-fogo e "imperativo aplicar plena e eficazmente as resoluções da ONU".

O Ocidente, nomeadamente a União Europeia (UE), bem como os países membros da organização, individualmente, os Estados Unidos e o Reino Unido, bem como a Aliança Atlântica, saudaram a morte do líder do Hamas, qualificando-o de terrorista e mentor do ataque de 2023 contra Israel, e apelaram ao cessar-fogo em Gaza e no Líbano e ao regresso dos reféns.

Leia Também: Yahya Sinwar. Morte de líder do Hamas pode mudar algo no conflito?

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