Presidente cubano vai atuar contra quem "perturbar ordem" durante apagão

Cuba vai "atuar severamente" contra quem "perturbar a ordem" durante o corte de eletricidade que há três dias afeta o país, advertiu o Presidente cubano, Miguel Díaz-Canel.

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© Jose Luis Torales/NurPhoto via Getty Images

Lusa
21/10/2024 02:48 ‧ 21/10/2024 por Lusa

Mundo

Cuba

Vestido com um uniforme militar, Díaz-Canel disse, no domingo, no programa noticioso da televisão cubana, que alguns residentes tinham saído à rua no sábado à noite numa tentativa de "provocar a desordem pública".

 

Todos os responsáveis pelos distúrbios serão processados "com a severidade que as leis revolucionárias preveem", garantiu.

Ao mesmo tempo, o furacão Óscar atingiu, no domingo à noite, o leste da ilha, nas imediações de Baracoa, indicou o Instituto de Meteorologia de Cuba, na rede social Facebook.

"A estação meteorológica de Point Maisi registou ventos sustentados de 80 quilómetros por hora (km/h) e rajadas de 116 km/h às 17:25 [22:25 em Lisboa]", indicou.

A tempestade atingiu Cuba no meio de uma crise energética, com a ilha a preparar-se para passar uma terceira noite sem energia devido a uma avaria na sexta-feira na principal central termoelétrica do oeste do país, que provocou a paragem total da rede.

As autoridades do leste da ilha "estão a trabalhar arduamente para proteger a população e os recursos económicos, dada a iminência do furacão Óscar", declarou Diaz-Canel, numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter), no sábado à noite.

O Governo disse esperar restaurar a eletricidade na noite de hoje.

"Entre segunda-feira de manhã, à tarde ou à noite", o serviço será restabelecido para a maioria dos cubanos, disse o Ministro da Energia e Minas, Vicente de la O Levy.

Algumas centenas de milhares de cubanos puderam beneficiar de algumas horas de energia no domingo, antes de todo o sistema elétrico ser novamente paralisado, de acordo com a companhia de eletricidade cubana.

Na quinta-feira, na véspera do apagão, o Presidente cubano tinha anunciado que a ilha se encontrava numa "emergência energética" devido às dificuldades em comprar o combustível necessário para alimentar as centrais elétricas, em consequência do agravamento do embargo que Washington impõe à ilha desde 1962.

Nos últimos três meses, os cubanos têm sofrido cortes de energia cada vez mais frequentes, com um défice energético em todo o país de 30%. Na quinta-feira, este défice atingiu os 50%.

Nas últimas semanas, os cortes de eletricidade duraram mais de 20 horas por dia em várias províncias.

A eletricidade em Cuba é produzida por oito centrais termoelétricas obsoletas, algumas das quais avariadas ou em manutenção, bem como por várias centrais flutuantes alugadas a empresas turcas e por geradores.

Os cortes de energia desencadearam as manifestações históricas de 11 de julho de 2021.

Em setembro de 2022, Cuba já tinha sofrido um apagão generalizado depois de o furacão Ian ter atingido a parte ocidental da ilha. O restabelecimento total da eletricidade demorou vários dias na capital e várias semanas em todo o país.

Leia Também: Governo cubano confirma novo 'apagão' em menos de três dias

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