Moldova. Rússia denuncia anomalias em eleição e referendo de adesão à UE

A Rússia declarou hoje que os resultados das eleições presidenciais e do referendo sobre a adesão à União Europeia (UE), realizado domingo na Moldova, apresentam "anomalias" e levantam muitas questões.

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© Sefa Karacan/Anadolu via Getty Images

Lusa
21/10/2024 11:09 ‧ 21/10/2024 por Lusa

Mundo

Moldova

"Foram observadas anomalias nos resultados da votação na Moldova devido ao aumento de votos a favor da [Presidente moldava Maia] Sandu e da integração europeia", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, na sua conferência telefónica diária.

 

Peskov referiu-se à mudança nos resultados da votação à medida que a contagem estava a avançar, o que ampliou a vantagem de Sandu sobre o seu adversário mais próximo, o pró-russo Alexander Stoianoglo, e com uma viragem a favor do "sim" no referendo sobre a entrada da Moldova na UE.

"Os indicadores que vemos hoje, que estamos a acompanhar, e a dinâmica das suas mudanças, com certeza, levantam muitas questões", sublinhou.

O porta-voz do Kremlin acrescentou que é "difícil explicar o ritmo do aumento mecânico dos votos a favor de Sandu e a favor dos participantes no referendo que defendem a orientação pró União Europeia".

"Qualquer observador que tenha a mínima compreensão da essência dos processos políticos pode detetar estas anomalias com o aumento destes votos", insistiu.

Peskov pediu também a Maia Sandu que apresentasse provas de interferência estrangeira nos processos eleitorais, que denunciou na noite de domingo.

Após o início do escrutínio, que dava uma clara vitória aos adversários da entrada da Moldova na União Europeia, Sandu denunciou a fraude.

"Temos provas e informações de que um grupo criminoso pretendia comprar 300 mil votos. Esta é uma fraude sem precedentes cujo objetivo é comprometer a democracia. O seu objetivo é semear o medo e o pânico na sociedade", afirmou a Presidente numa brevíssima aparição perante os meios de comunicação social.

Sandu sublinhou que "hoje, tal como nos últimos meses, a liberdade e a democracia na Moldova estão sob ataques sem precedentes".

"Grupos criminosos, associados a forças estrangeiras, atacaram o nosso país com mentiras e propaganda (...). Não deixaremos de defender a liberdade e a democracia. Aguardaremos os resultados definitivos e voltaremos com soluções", acrescentou.

O porta-voz do Kremlin indicou que se trata de uma "acusação bastante grave", pelo que "deveriam ser apresentadas algumas provas ao público".

Maia Sandu, de 52 anos, ficou em primeiro lugar [cerca de 40% dos votos] na primeira volta das eleições presidenciais, mas prepara-se para uma segunda volta difícil, em 03 de novembro, com Alexander Stoianoglo.

Em relação ao referendo sobre o princípio de adesão à UE, depois de uma longa corrida à frente do "não", o "sim" levou finalmente a melhor na manhã de hoje (50,28%), por alguns milhares de votos, graças ao voto da diáspora, após a contagem de quase 99% dos votos.

Leia Também: Moldovos rejeitam adesão à UE, segundo resultados parciais de referendo

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