"Trata-se, evidentemente, de manifestações absolutamente repugnantes que contradizem as normas das relações entre Estados e que devem cessar", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
O porta-voz da presidência russa acusou a UE e os Estados Unidos de "literalmente apresentarem ultimatos aos dirigentes georgianos", segundo a agência espanhola EFE.
A oposição georgiana acusou o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) de orquestrar a vitória do partido governamental Sonho Georgiano nas eleições legislativas.
"A eleição foi ganha por aquele [partido] a quem os cidadãos da Geórgia deram o seu voto", disse Peskov.
O porta-voz do Kremlin refutou de novo as acusações de interferência da Rússia nas eleições na Geórgia.
"Não temos o direito, o desejo ou a intenção de interferir nos assuntos internos da Geórgia. Nunca o fizemos", afirmou.
A UE, que congelou as negociações de adesão com o país do Cáucaso devido à sua aproximação a Moscovo, apelou a Tbilissi para investigar as alegadas irregularidades durante a votação e a contagem dos votos.
Os Estados Unidos subscreveram os apelos da UE ao Governo da Geórgia, que Washington acusou de "utilização indevida de recursos públicos, compra de votos e intimidação dos eleitores".
De acordo com o Departamento de Estado, "este facto contribuiu para uma situação de desigualdade e minou a confiança pública e internacional de que os resultados foram justos".
O primeiro-ministro húngaro, o ultranacionalista Viktor Orbán, aliado de Moscovo, afirmou hoje em Tbilissi que as eleições legislativas na Geórgia foram "livres e democráticas".
A Presidente da Geórgia, Salomé Zurabishvili, acusou na segunda-feira, perante uma manifestação de protesto em frente ao parlamento, o partido do Governo de ter roubado as eleições e prometeu devolver o país "ao caminho europeu".
"Não perdemos as eleições, eles roubaram os nossos votos, roubaram o nosso futuro", afirmou.
Após o anúncio da vitória do partido governamental, as quatro coligações da oposição que elegeram deputados recusaram-se a reconhecer os resultados eleitorais e anunciaram o boicote à formação do novo parlamento.
Antes de invadir a Ucrânia, em fevereiro de 2022, a Rússia exigiu garantias de que a Ucrânia e a Geórgia nunca integrariam a UE nem a NATO (sigla inglesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte), exigências que foram recusadas.
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