As autoridades ucranianas estão a planear mobilizar mais 160.000 pessoas para as Forças Armadas do país.
"Está prevista a mobilização de mais de 160 mil pessoas", revelou esta terça-feira o secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa, Oleksandr Litvinenko, numa sessão do parlamento ucraniano, indicando que este recrutamento permitirá repor as fileiras das Forças Armadas com uma cobertura até 85%.
Esta vaga de mobilização será organizada durante os próximos três meses, período durante o qual a Ucrânia acaba de prolongar a lei marcial, disse à agência France-Presse (AFP) uma fonte do setor de segurança.
O parlamento ucraniano aprovou hoje por maioria o alargamento da lei marcial e da mobilização geral na Ucrânia por mais 90 dias, até 07 de fevereiro do próximo ano.
Esta é a 13.ª vez que a lei marcial é prorrogada desde a invasão russa, em fevereiro de 2022.
Desde o início da guerra, "um total de 1,050 milhões de cidadãos foram alistados", declarou Oleksandr Litvinenko falando aos representantes eleitos numa sessão à porta fechada, mas cujo discurso surge num vídeo divulgado por um deputado do partido de oposição Solidariedade Europeia.
O Conselho Nacional de Defesa e Segurança é um órgão governamental subordinado ao Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e que inclui ministros, o comandante-chefe das Forças Armadas e os diretores dos serviços de segurança.
As autoridades ucranianas não costumam revelar ao público o efetivo das Forças Armadas ou os planos de mobilização e comunicam muito pouco sobre perdas militares.
No final de fevereiro, Volodymyr Zelensky disse que 31 mil soldados ucranianos tinham sido mortos, o que não inclui militares desaparecidos, cujo número é estimado em várias dezenas de milhares.
O número de feridos, geralmente um múltiplo dos mortos num conflito armado, nunca foi revelado.
O Exército ucraniano encontra-se sob forte pressão a entrar no terceiro ano do conflito, à medida que as forças russas prosseguem a sua lenta mas constante progressão no leste do país e Moscovo, segundo as autoridades de Kyiv e os seus aliados, se prepara para receber cerca de 10 mil militares norte-coreanos para combater contra a Ucrânia.
A mobilização é um assunto aceso, uma vez que o sistema de recrutamento é considerado injusto por muitos ucranianos e tem estado no centro de uma série de escândalos de corrupção.
Durante este mês de outubro, a ONU estimou a população da Ucrânia em 35 milhões de habitantes, em comparação com 43 milhões no início da guerra em 2022, uma redução em parte explicada pela fuga de 6,7 milhões de pessoas do país.
[Notícia atualizada às 19h08]
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