ONU "condena veementemente" lançamento de míssil norte-coreano

O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou hoje "com veemência" o disparo, quarta-feira, de um míssil intercontinental pela Coreia do Norte, em violação das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

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José Sousa Dias
31/10/2024 16:08 ‧ 31/10/2024 por José Sousa Dias

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"O secretário-geral condena veementemente o disparo de um míssil balístico intercontinental pela República Popular Democrática da Coreia", afirmou o gabinete de Guterres num comunicado, usando o nome oficial da Coreia do Norte. 

 

Os "repetidos lançamentos" de mísseis balísticos são "claras violações das resoluções do Conselho de Segurança", acrescenta-se no texto.

Hoje, o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, afirmou que o lançamento do míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês) demonstra a "determinação de Pyongyang em contra-atacar".

O lançamento de quarta-feira é uma "medida militar apropriada destinada a alertar os rivais, que causaram uma escalada intencional da situação regional e recentemente representaram uma ameaça à segurança nacional", disse Kim.

Num comunicado citado pela agência de notícias oficial norte-coreana KCNA, o líder afirmou ainda que a Coreia do Norte "nunca mudará a sua estratégia de desenvolvimento das suas capacidades nucleares".

O comunicado confirmou que o projétil testado era um ICBM, algo que já tinha sido avançado tanto pelo Estado-Maior Conjunto (JCS, na sigla em inglês) da Coreia do Sul como pelo ministro da Defesa japonês, Gen Nakatani.

Horas antes, Nakatani tinha dito que o míssil podia ter sido de um novo tipo, uma vez que a duração do voo, de 86 minutos, e a altitude máxima registada de mais de sete mil quilómetros excederam os dados de testes anteriores norte-coreanos. O ministro sublinhou ainda que a distância de voo foi estimada em cerca de mil quilómetros.

A Guarda Costeira do Japão confirmou que o míssil caiu fora da zona económica exclusiva do país, a cerca de 300 quilómetros a oeste da ilha de Okushiri, na subprefeitura de Hokkaido (norte), referiu a emissora pública japonesa NHK.

O porta-voz do JCS disse que o lançamento foi possivelmente agendado a pensar nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, marcadas para 05 de novembro, numa tentativa de fortalecer o poder negocial da Coreia do Norte.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos condenou "de forma veemente" o teste e manifestou preocupação com os riscos de desestabilização da região.

"O lançamento constitui uma violação flagrante de múltiplas resoluções do Conselho de Segurança da ONU", disse Sean Savett, em comunicado.

O lançamento ocorreu após uma reunião, em Washington, entre os ministros da Defesa dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, Lloyd Austin e Kim Yong-hyun.

Na reunião, ambos os governantes condenaram o envio de tropas norte-coreanas para a Rússia, que, segundo Austin, já se tinham aproximado da frente ucraniana e estão equipadas com uniformes e materiais russos.

A Coreia do Norte lançou vários mísseis balísticos de curto alcance a 18 de setembro, um teste no qual afirmou ter testado com sucesso um novo projétil tático, capaz de transportar uma grande ogiva.

Leia Também: Coreia do Norte confirma lançamento de míssil balístico intercontinental

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