Financiamento continua a separar os participantes na COP da biodiversidade

Os participantes na 16.ª Conferência das Partes da Convenção da Organização das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (COP16) não chegaram a qualquer esboço de compromisso no braço de ferro financeiro que opõe Estados do Norte e do Sul.

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Lusa
01/11/2024 07:03 ‧ 01/11/2024 por Lusa

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COP

A presidência colombiana da conferência internacional está assim sem conseguir avanços na resolução do que é considerado o principal obstáculo na realização dos compromissos da Humanidade para acabar com a destruição da natureza.

 

"É uma negociação muito complexa, com numerosos interesses, numerosas partes (...) o que significa que todos têm de renunciar a alguma coisa", declarou Susana Muhamad, a ministra que preside à COP16.

Mas com a aproximação do final da conferência, prevista para a noite de sexta-feira, em Cali, em um dos vales luxuriantes dos Andes, as posições continuam tão polarizadas entre os Estados ricos, as potências emergentes e os países em desenvolvimento, como na abertura da cimeira, em 21 de outubro.

"A presidência colombiana não criou as condições para o sucesso (...), a realidade é que o sucesso se afasta", disse o diretor do grupo ambientalista Common Initiative, Aleksandar Rankovic, à AFP.

Dois anos depois do acordo de Kunming-Montreal, a COP16 trem por missão elevar os tímidos esforços internacionais para aplicar este plano para salvar a planeta e os seres vivos da desflorestação, a sobre-exploração, a alterações climáticas e a poluição causadas pela Humanidade.

Este acordo contempla 23 objetivos a alcançar até 2030, como colocar 30% das terras e mares em área protegidas, reduzir para metade os riscos dos pesticidas e a introdução de espécies invasoras, reduzir as subvenções nefastas à agricultura intensiva ou às energias fósseis que atingem 500 mil milhões de dólares.

Este acordo prevê também elevar para 200 mil milhões de dólares as despesas anuais mundiais para a natureza. Deste montante, os Estados desenvolvidos comprometeram-se a elevar a sua ajuda anual para 30 mil milhões de dólares em 2030, dos 15 mil milhões de 2022, conforme a quantificação da OCDE.

Mas a maneira de mobilizar este dinheiro e distribuí-lo é o ponto nevrálgico desta COP, que já teve sucesso com a afluência recorde que motivou a Cali e por ter transformado esta cidade em grande fórum popular sobre a natureza, apesar das ameaças da guerrilha colombiana.

Os países em desenvolvimento reclamam a criação de um novo fundo, colocado sob a autoridade da COP, mais favorável aos seus interesses que os fundos multilaterais atuais, como o Fundo Mundial para o Ambiente, considerados de acesso difícil e injustos. 

Leia Também: Guterres diz que mundo não se pode dar ao luxo de sair da COP sem acordos

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