Louis e Sam, de porta em porta na Pensilvânia em busca de votos para Kamala
Louis viajou cerca de 150 quilómetros, desde Nova Iorque até à Pensilvânia, para bater de porta em porta, com o parceiro Sam, relembrando eleitores da importância de votar nesta eleição presidencial e, idealmente, de escolher Kamala Harris.
© Megan Varner/Getty Images
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Num momento em que as rádios e televisões estão inundadas com anúncios eleitorais, as caixas de e-mail e mensagens de telemóvel estão repletas de propaganda e as caixas de correio abarrotadas de panfletos, o ato de bater à porta e tornar o processo mais pessoal pode ser determinante para vários eleitores, especialmente na Pensilvânia, um estado que será decisivo para o sufrágio de 05 de novembro.
O ponto de encontro para os voluntários desta ação de porta em porta foi o Tindley Temple, uma histórica igreja episcopal metodista, localizada no sul de Filadélfia, onde Cameron, um jovem membro da campanha de Kamala Harris, formou pares de voluntários e lhes deu indicações sobre o roteiro a seguir durante a ação.
"Poderão ter algumas respostas agressivas, poderão ouvir pessoas dizer que já estão fartos que lhes batam à porta, mas a ideia é que seja uma experiência tranquila, em que perguntarão aos eleitores se já votaram e, em caso negativo, vão recordar-lhes da importância de depositar atempadamente o seu voto por correio ou de votarem presencialmente na próxima terça-feira", explicou Cameron.
O funcionário democrata frisou a importância de os eleitores entenderem que, se o seu voto por correio chegar depois de 05 de novembro, já não será contabilizado.
A Pensilvânia é um estado especialmente competitivo no panorama eleitoral, sendo considerado um 'swing state' ('estado pendular' ou 'estado campo de batalha'), por tradicionalmente oscilar entre democratas e republicanos. Além disso, é o mais valioso de todos os 'swing states' (19 votos do colégio eleitoral).
Recebidas as instruções, Louis Vega fez par com Sam Alexander, um funcionário de uma organização não-governamental e morador de Filadélfia, que disse à Lusa que há uns meses tinha pensado tornar-se voluntário da campanha democrata, mas acabou por desistir por questões logísticas.
Louis Vega, um ator de 46 anos, contou à Lusa que sempre votou no Partido Democrata, mas nunca havia sido voluntário numa campanha presidencial, nem participado nesta tradicional ação das eleições norte-americanas, de bater às portas de potenciais eleitores e conversar com eles sobre os problemas que mais os preocupam e, se possível, direcionar esses votos para o candidato em causa.
Contudo, tendo em conta "o momento extremamente polarizado que o país atravessa", sentiu a necessidade de conduzir até Filadélfia - a maior cidade do estado-chave da Pensilvânia - para fazer campanha a favor da vice-presidente, Kamala Harris.
Na Pensilvânia, Trump derrotou a antiga candidata presidencial democrata Hillary Clinton por mais de 40.000 votos em 2016, mas, Joe Biden, nascido neste mesmo estado, derrotou Trump por cerca de 80.000 votos há quatro anos.
A maioria dos estados tem em curso o processo de voto antecipado e por correspondência.
Agora, quando todas as sondagens mostram que será uma eleição muito renhida entre Kamala Harris e Donald Trump - o candidato republicano -, Sam Alexander decidiu entrar em ação.
"Estamos a viver tempos de grande divisão aqui nos Estados Unidos. Será uma eleição muito renhida. Em alguns estados, a eleição será decidida por apenas alguns milhares de votos, por isso estou aqui para fazer todos os possíveis para manter os eleitores animados com a possibilidade de votar e eleger Kamala Harris", indicou à Lusa o voluntário de 33 anos.
"Sabemos que há muitos democratas aqui em Filadélfia, mas também sabemos que há muitos que não vão votar. Então, o foco aqui hoje é fazer com que esses eleitores efetivamente votem... e que votem em Kamala Harris, porque a abstenção neste país é realmente grande", acrescentou.
No primeiro turno de ação, que se prolongou por três horas e que foi acompanhado pela Lusa, os dois voluntários bateram em dezenas de portas. Em alguns casos, ninguém respondeu. Mas, na maioria, foram recebidos de forma amigável por dezenas de apoiantes de Kamala Harris que asseguraram que já votaram por correio ou que o irão fazer na próxima terça-feira.
"Tenho aqui comigo o boletim de voto e irei hoje mesmo depositá-lo. O meu voto será em Kamala Harris, claro. E deixem-me agradecer pelo vosso trabalho voluntário", disse uma das moradoras de Filadélfia, que falou com os dois voluntários através do intercomunicador instalado à entrada do seu apartamento.
"Ainda não votei, mas vou fazê-lo no dia 05. E vou votar em Kamala Harris", disse ainda uma outra eleitora, de 22 anos.
Para Sam Alexander, aquilo que mais o move é a "estabilidade" no país, acreditando que é Kamala Harris que dará resposta a essa sua preocupação.
Já o maior receio de Louis Vega é um eventual "novo ataque à democracia", como o que ocorreu em 06 de janeiro de 2021, quando uma multidão de apoiantes de Donald Trump invadiu o Capitólio para tentar travar a certificação da vitória eleitoral do atual chefe de Estado, Joe Biden.
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