"As inundações que estamos a ver em Espanha são apenas um dos muitos, muitos, muitos desastres climáticos extremos e relacionados com a água que ocorreram em todo o mundo este ano", lamentou a porta-voz da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
"Quase todas as semanas vemos imagens chocantes", acrescentou Clare Nullis, em declarações à imprensa a partir de Genebra, na sexta-feira.
A representante da agência recordou que "algumas zonas receberam mais do que o equivalente a um ano de chuva no espaço de oito horas".
Nullis insistiu na importância dos mecanismos de alerta precoce, promovidos em 2022 pelo secretário-geral da ONU, o português António Guterres, para que "todos na Terra estejam protegidos de eventos climáticos, hídricos ou perigosos".
A porta-voz disse que "os eventos climáticos extremos (...) tornaram-se mais prováveis ??e mais graves devido às alterações climáticas antropogénicas".
Tal como está a acontecer agora em Espanha -- outras áreas da Europa Central sofreram "muitas chuvas intensas, que bateram recordes locais e nacionais", acrescentou Nullis.
A OMM alertou que "cada fracção adicional de aquecimento (...) aumenta o risco de precipitação extrema e inundações" e insistiu que "o mundo deve agir agora", garantindo que "os alertas precoces conduzem a uma acção precoce e informada".
O número de mortes em Espanha devido às inundações subiu para 205, continuando dezenas de pessoas desaparecidas, segundo o mais recente balanço das autoridades espanholas.
Várias regiões de Espanha, entre as quais a Comunidade Valenciana, no leste do país, estão desde terça-feira sob a influência de uma "depressão isolada em níveis altos", um fenómeno meteorológico conhecido como DANA em espanhol e como DINA em português.
O fenómeno causou chuvas torrenciais e ocorrências em diversos pontos de Espanha, sobretudo na costa do Mediterrâneo, provocando prejuízos avultados.
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