Partido de extrema-direita francês cauteloso no apoio a Trump

O partido de extrema-direita francês União Nacional (RN, sigla em francês) mostra-se mais cauteloso em apoiar abertamente Donald Trump do que no passado, apesar de alguns líderes não esconderem o apoio ao controverso candidato presidencial norte-americano.

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© Getty Images

Lusa
05/11/2024 16:08 ‧ 05/11/2024 por Lusa

Mundo

EUA/Eleições

A eleição do ex-presidente norte-americano Donald Trump "seria mais benéfica para o equilíbrio económico e político" do mundo, disse hoje Eric Ciotti, antigo líder dos Republicanos (direita conservadora), que se juntou ao RN durante as eleições legislativas francesas.

 

O líder conservador criticou "a deriva para a esquerda e para a ultra-esquerda" dos democratas americanos.

Eric Ciotti afirmou ainda ser "coerente" com a sua posição nacional, como forma de criticar o atual líder do RN, Jordan Bardella.

Em 2016, a figura de proa do partido, Marine Le Pen, fez campanha abertamente por Donald Trump, cuja retórica antissistema, anti-imigração e protecionista ecoou a da Frente Nacional, que se tornou RN dois anos depois. 

"Se eu fosse americana, votaria em tudo menos em Hillary Clinton", declarou Marine Le Pen.

Já em 2020, a líder de extrema-direita afirmou que "se Joe Biden fosse eleito, seria um verdadeiro desastre", na altura tendo enviado uma delegação do seu partido ao último comício de Donald Trump.

Porém, o apoio da extrema-direita francesa a Donald Trump nas eleições de 2024 tem sido mais cauteloso.

"Sou francês, nunca dou a minha opinião sobre eleições estrangeiras", disse hoje o deputado do RN Jean-Philippe Tanguy.

Jean-Philippe Tanguy criticou ainda "os media" por tentarem "assustar os franceses ao apresentarem Trump como uma espécie de novo fascista, ao apresentarem Kamala Harris como o messias".

Na semana passada, Jordan Bardella afirmou adorar o patriotismo de Donald Trump, que "defende os interesses dos americanos e defende uma forma de orgulho americano".

Mas a recusa de Donald Trump em admitir a derrota em 2020, o ataque ao Capitólio em janeiro de 2021 e as suas explosões sexistas, racistas e conspirativas tornam agora o exercício mais complicado para um partido que procura suavizar a sua imagem em França para chegar ao poder.

"Respeitarei o voto dos eleitores americanos", afirmou Jordan Bardella, dando a entender que o seu partido não contestará os resultados se o candidato republicano perder.

Segundo Mathieu Gallard, diretor de pesquisa do instituto Ipsos, "os líderes da RN não têm interesse em aproximar-se ou afastar-se demasiado de Trump, porque talvez uma parte do seu eleitorado mais radicalizado seja pró-Trump, mas claramente não todos os seus eleitores".

O apoio ao bilionário norte-americano é mais visível entre o pequeno partido de extrema-direita Reconquista (Reconquête).

O líder do partido, Eric Zemmour, um escritor de sucesso e antigo jornalista, afirmou ter trocado uma chamada telefónica com Trump durante a campanha para as eleições presidenciais francesas de 2022, em que obteve 07% dos votos na primeira volta.

Sarah Knafo, eurodeputada da Reconquista, defendeu na rede social X o "candidato da identidade nacional e da paz", que "defende a liberdade de expressão ao lado de Elon Musk contra todos os censores".

Leia Também: AO MINUTO: Urnas abrem em vários estados; Milhões votaram antecipadamente

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