Os dois encontros na capital húngara são organizados pela atual presidência rotativa do Conselho da União Europeia (UE) assumida pela Hungria e acontecem (o Conselho Europeu informal prossegue na sexta-feira) depois de o republicano Donald Trump ter sido eleito na terça-feira o 47.º Presidente dos Estados Unidos.
Mas apesar deste contexto de mudanças políticas nos Estados Unidos da América (EUA), que acabará por ser abordado nas duas reuniões de alto nível, fontes europeias anteviram que tanto os líderes presentes na Comunidade Política Europeia como os chefes de Governo e de Estado da UE irão tentar focar-se em "enfrentar as crises" no continente europeu, como é o caso da migratória, ou em questões relacionadas com a segurança económica ou com os desafios securitários.
Um propósito também focado na carta-convite enviada pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, no passado dia 25 de outubro, aos líderes de mais de 40 países europeus (os da UE e outros, como dos Balcãs Ocidentais) que vão marcar presença na cimeira da Comunidade Política Europeia.
A crise migratória é um tema sensível na UE dados os diferentes pontos de vista e os diferentes contextos dos Estados-membros na gestão desta matéria, com o qual se quer combater a imigração ilegal, reforçar os retornos de pessoas nessa situação e melhorar as vias legais de integração.
Portugal defende uma postura consensual na UE, desde que respeitando o Direito internacional e salvaguardando os canais de migração regulares.
Criada em 2022 após a invasão russa da Ucrânia, a Comunidade Política Europeia é uma plataforma de coordenação política para debates sobre o futuro da Europa.
A primeira reunião da Comunidade Política Europeia decorreu em outubro de 2022 na República Checa, com participantes de 44 países europeus e os presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia, seguindo-se encontros na Moldova (junho de 2023), Espanha (outubro 2023), Reino Unido (julho de 2024) e agora Hungria.
As próximas reuniões de alto nível estão previstas para a Albânia (na primavera de 2025) e para a Dinamarca (no outono de 2025).
Após esta cimeira, que decorre entre cerca das 11:00 e as 17:00 (hora local, menos uma hora em Lisboa) no estádio Puskás Arena, inicia-se o Conselho Europeu informal com um jantar dos chefes de Governo e de Estado da UE no edifício do parlamento húngaro.
Nesse jantar, e já apenas ao nível da UE, será discutido o impacto das eleições norte-americanas na relação transatlântica à luz dos resultados eleitorais, quando se temem impactos no comércio, defesa, apoio à Ucrânia face à invasão russa, conflito no Médio Oriente e mercados financeiros, bem como as recentes irregularidades relatadas nas legislativas na Geórgia, ganhas pelo partido pró-russo no poder (Sonho Georgiano).
Em ambos os encontros de alto nível, Portugal estará representado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro.
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