Acordo europeu sobre competitividade da UE discutido hoje em Budapeste

Os líderes da União Europeia (UE) reúnem-se hoje num Conselho Europeu informal em Budapeste para discutir um novo acordo europeu sobre a competitividade, que destaca a necessidade de "investimentos significativos" face aos Estados Unidos e China.

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© Mehmet Ali Ozcan/Anadolu via Getty Images

Lusa
08/11/2024 07:29 ‧ 08/11/2024 por Lusa

Mundo

Budapeste

Reunidos na capital húngara pela presidência rotativa do Conselho da UE assumida pela Hungria, os chefes de Governo e de Estado da União, incluindo o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, vão tentar aprovar a Declaração de Budapeste, na qual se defendem "investimentos significativos, mobilizando financiamentos públicos e privados", bem como um "mercado da energia totalmente integrado e interligado, com caráter prioritário", de acordo com o rascunho a que a agência Lusa teve acesso.

 

A reunião acontece num contexto de mudanças políticas nos Estados Unidos, depois de Donald Trump ter sido eleito na terça-feira o 47.º Presidente dos Estados Unidos, quando se admite que o republicano se foque mais nos interesses norte-americanos, o que causa receios sobre o impacto nas relações transatlânticas entre Bruxelas e Washington.

O encontro de alto nível surge depois de o ex-primeiro-ministro italiano Mario Draghi ter enumerado, num relatório divulgado em setembro, falhas no investimento comunitário e atrasos em termos industriais, tecnológicos e de defesa, situação que a UE quer agora reverter, neste momento de mudança política nos Estados Unidos, um dos seus principais parceiros e concorrentes.

Mario Draghi estará presente em Budapeste, após ter estimado em 800 mil milhões de euros as necessidades anuais de investimento adicional no espaço comunitário, o equivalente a mais de 4% do PIB (produto interno bruto) comunitário - o dobro do realizado no pós Segunda Guerra Mundial com o Plano Marshall -, no âmbito de uma nova estratégia industrial comunitária.

No documento, o ex-governante italiano defendeu ainda uma emissão regular de dívida comum na UE, como aconteceu após a pandemia de covid-19, e um investimento avultado em Defesa.

O também antigo primeiro-ministro italiano Enrico Letta propôs, num outro relatório divulgado em abril, dívida conjunta com planos de reembolsos claros, empréstimos em condições favoráveis e apoio do Banco Europeu de Investimento para financiar o investimento da UE em Segurança e Defesa.

Na carta-convite agora enviada pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, aos líderes da UE a propósito da cimeira informal, o responsável belga relatou uma "situação muito preocupante" de competitividade comunitária, uma vez que, "nos últimos 20 anos, a quota-parte da UE no PIB mundial diminuiu para metade".

"Temos de atuar agora, [...] a sobrevivência competitiva da União está em jogo", exortou.

Este será o último Conselho Europeu com Charles Michel na liderança da instituição, cargo que será assumido pelo ex-primeiro-ministro português, António Costa, a partir de 01 de dezembro.

Leia Também: Turquia diz não haver "nenhuma justificação razoável" no bloqueio da adesão à UE

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