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Não há planos para regresso da Marcha das Mulheres contra Trump

A presidente da Women's March Foundation, Emiliana Guereca, disse hoje que não há planos para o regresso da Marcha das Mulheres em Los Angeles como protesto pela eleição de Donald Trump, ao contrário do que aconteceu em 2017. 

Não há planos para regresso da Marcha das Mulheres contra Trump
Notícias ao Minuto

19:53 - 09/11/24 por Lusa

Mundo EUA/Eleições

A 21 de janeiro de 2017, a marcha em Los Angeles foi a maior do país, levando 750 mil pessoas às ruas contra o recém-empossado presidente Donald Trump. 

 

"Eu sei que toda a gente quer que marchemos. Ainda não tomámos a decisão de marchar", afirmou a responsável, numa reunião pós-eleição para discutir os próximos passos. 

"É uma iniciativa incrivelmente dispendiosa e que consome muito tempo", justificou Guereca. O custo ronda os 200 mil dólares e a organização sediada em Los Angeles pondera canalizar os seus esforços para lutas mais substantivas durante a administração que aí vem. 

A realidade será diferente em Washington, D.C., onde a Women's March Inc., que é independente da fundação em LA, pretende organizar um protesto no dia 18 de janeiro de 2025. O pedido de autorização à cidade indica a expectativa de 50 mil manifestantes, o que é muito inferior ao que aconteceu na marcha inaugural em 2017. 

Considerado o maior dia de protesto de sempre nos Estados Unidos, a marcha em D.C. teve meio milhão de participantes e a marcha em Nova Iorque levou 400 mil pessoas para as ruas, além das 750 mil em LA. 

Mas agora, que o país se prepara para o regresso de Donald Trump à Casa Branca, Emiliana Guereca e o conselho de administração da fundação não têm planos para o regresso do protesto maciço a Los Angeles. 

"A parte devastadora para nós é que as pessoas elegeram Trump e disseram não de forma retumbante a uma candidata feminina, e isso tem de ser reconhecido", indicou Guereca. "As pessoas disseram não a uma mulher pela segunda vez. Podem negar, mas ela ser mulher foi uma grande parte disto". 

A fundação tem recebido muitos pedidos para que a marcha volte a acontecer e ativistas presentes na reunião insistiram na necessidade de mobilizar a resistência. 

Guereca disse que a possibilidade de uma marcha ainda não foi totalmente posta de parte, mas que a equipa que passou os últimos quatro meses a trabalhar para eleger candidatos progressistas tem de ponderar se vale a pena. 

A presidente salientou que há uma dose de aceitação que tem de acontecer. O partido democrata -- ao qual a Women's March não está afiliado mas com que colabora -- devotou milhões de dólares e recursos a zonas rurais e isso não teve efeito. 

"Nestas zonas rurais é ele quem as pessoas querem eleger. A um certo ponto temos de refletir o que é que este candidato e as suas políticas têm que faz as pessoas votarem nele", disse. "É ele que a comunidade está a escolher para seguir em frente". 

A Marcha das Mulheres requer uma equipa paga, autorização da cidade, seguros com custos elevados, segurança e equipa de limpeza. "Neste momento, não quero alocar recursos a uma marcha a não ser que tenha de o fazer", frisou Guereca.

A organização está também a defender-se de processos legais vindos de todos os lados, desde o Kansas e Florida até à congressista da Geórgia Marjorie Taylor-Greene. A expectativa é que a situação piore sob a administração Trump, que prometeu retaliação generalizada aos oponentes. 

Reconhecendo que a equipa está devastada com a derrota de Kamala Harris, Emiliana Guereca elogiou o trabalho feito pela candidata e a missão difícil que teve de montar em quatro meses uma campanha que precisava de dois anos. 

"Harris fez a melhor campanha possível em quatro meses", afirmou. "Não houve tempo para construir uma campanha que chegasse a mais eleitores". 

A Women's March Foundation é uma entidade separada da Women's March Inc., que é responsável pela marcha em Washington, D.C. Foram fundadas ao mesmo tempo mas têm conselhos e iniciativas independentes. 

O presidente-eleito Donald Trump será empossado a 20 de janeiro de 2025. 

Leia Também: Após derrota, Biden recebe Trump na Casa Branca já na quarta-feira

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