"A Europa continua a ser o principal cliente de Cabo Verde, absorvendo 97,1% do total das exportações", sendo que "Espanha lidera o ranking dos principais clientes na zona económica europeia, representando 74,3% no 3.º trimestre de 2024", um aumento de 14,6 pontos percentuais face ao trimestre homólogo de 2023, indicou o INE.
Seguem-se, por esta ordem, Itália, Portugal e Estados Unidos, todos com reduções em termos homólogos.
Os preparados e conservas de peixes representam 83% dos bens exportados por Cabo Verde (aumentando 4,4% em termos homólogos), seguindo-se peças de vestuário (representando 6,6%) e calçado (3,6%).
"Estes três produtos representaram, no trimestre em análise, 93% do total das exportações [de mercadorias] de Cabo Verde, tendo aumentado 4,2 pontos percentuais", face ao mesmo trimestre de 2023, referiu o INE.
A produção de enlatados depende de peixe capturado fora de Cabo Verde, mas que beneficia das mesmas isenções aduaneiras para entrar na Europa, como se fosse do arquipélago, graças a uma derrogação de regras concedida pela União Europeia (UE).
A exportação de mercadorias representa apenas um décimo daquilo que Cabo Verde exporta em serviços (sobretudo ligados ao turismo), ou seja, o setor terciário, motor da economia do arquipélago.
Ainda assim, as atividades ligadas à exportação de bens são importantes pelo emprego que geram em várias comunidades do arquipélago.
Do lado das importações, no 3.º trimestre de 2024, as importações de Cabo Verde recuaram 8,5%, em termos homólogos, com Portugal a manter-se como líder entre os fornecedores (36,7% do total das importações), seguindo-se Espanha (10,5%) e Índia (9,2%).
Os produtos mais importados foram combustíveis (44%), veículos automóveis (4,6%), reatores e caldeiras (4,5%), máquinas e motores (3,8%) e ferro (2,8%).
Segundo o boletim de Estatísticas do Comércio Externo do INE, notou-se ainda "um aumento das reexportações em 14,6% face ao 3.º trimestre de 2023" -- bens novamente exportados, sem terem sido utilizados pelo importador.
No período em análise, o défice da balança comercial diminuiu 9,3% e a taxa de cobertura aumentou 0,8 pontos percentuais, concluiu.
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