Conflito no Líbano leva a fecho de 60% dos serviços médicos no país
Mais de metade das instalações de saúde do Líbano foram encerradas devido à ofensiva do exército israelita, que causou insegurança e destruição generalizadas no país, alertou hoje a Organização Mundial de Saúde para o Mediterrâneo Oriental (ORMO-OMS).
© Reuters
Mundo Médio Oriente
"Dezassete hospitais no Líbano deixaram de funcionar ou estão a funcionar parcialmente devido à insegurança ou a danos nas infraestruturas", enquanto "cerca de 127 centros de cuidados de saúde primários e clínicas foram forçados a fechar", disse Hanan Balkhy, diretora regional da OMS, numa conferência de imprensa 'online'.
Estes números representam 60% dos serviços médicos no país mediterrânico.
Balkhy denunciou que foram detetados "103 ataques diretos e implacáveis" de Israel contra centros de saúde libaneses, o que, segundo a diretora, "constitui uma violação clara dos princípios do direito internacional humanitário".
A diretora regional da OMS instou a comunidade internacional a proteger os civis e os profissionais de saúde no Líbano.
"Não podemos permitir que a interrupção dos cuidados de saúde se torne a norma", afirmou.
O conflito no Líbano entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah, que teve início há pouco mais de um ano, já causou 3.136 mortos e 13.979 feridos, tendo a grande maioria das vítimas ocorrido desde o final de setembro.
Balkhy referiu também que, ao longo do conflito, a OMS distribuiu 124 toneladas métricas de equipamento médico, incluindo uma reserva de três meses de material para bancos de sangue e 'kits' de trauma, que foram entregues a 45 hospitais considerados essenciais pelas autoridades.
Na conferência de imprensa, Balkhy aludiu também aos conflitos armados em curso na Faixa de Gaza e no Sudão, para os quais apelou a um "cessar-fogo imediato e sustentado", bem como no Líbano.
Em relação a Gaza, a responsável da OMS congratulou-se com o "êxito" da campanha de vacinação contra a poliomielite no enclave palestiniano, que, recordou, proporcionou a segunda dose da vacina a 90% dos pacientes.
No entanto, referindo-se ao Sudão, disse estar muito "preocupada" com as violações em massa e os assassinatos que estão a ser cometidos nas últimas semanas devido ao conflito entre as Forças de Apoio Rápido (FAR) paramilitares e o exército sudanês.
"A OMS está a fornecer material médico e ambulâncias, bem como assistência imediata, incluindo cuidados de trauma e cirurgia de emergência para as vítimas, e a ajudar a monitorizar e responder a surtos de doenças como a cólera", disse Balkhy.
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