Após mais de 18 meses de guerra entre o exército sudanês, liderado pelo general Abddel Fattah al-Burhane, e as paramilitares Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla inglesa) do seu antigo adjunto, general Mohamed Hamdane Daglo, "não há sinais de tréguas", declarou Ramesh Rajasingham, diretor de coordenação do Gabinete das Nações Unidas para as Operações Humanitárias (Ocha, na sigla inglesa), ao Conselho de Segurança.
"As previsões inquietantes sugerem que o conflito está pronto para uma nova escalada", reiterou.
A subsecretária-geral da ONU para os Assuntos Políticos, Rosemary DiCarlo considerou que "à medida que se aproxima o fim da estação das chuvas, as partes continuam a intensificar as suas operações militares, a recrutar novos combatentes e a intensificar os seus ataques".
O conflito no Sudão eclodiu em meados de abril de 2023 entre o exército regular sudanês e os paramilitares e já provocou milhares de mortos bem como a deslocação forçada de mais de 11 milhões de pessoas, 3,1 milhões das quais refugiaram-se nos países vizinhos, segundo a Organização Internacional para as Migrações.
Os confrontos deram também origem a uma das piores crises humanitárias da história recente, com ambas as partes a serem acusadas de crimes de guerra, de terem como alvo civis e de bloquearem a ajuda humanitária.
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