Coligação da oposição guineense lamenta interferência militar na política

O líder da coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI -- Terra Ranka) na Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, lamentou hoje que as Forças Armadas estejam a interferir nos assuntos políticos e afirmou que a instituição não é adversária da classe política.

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Lusa
13/11/2024 15:22 ‧ 13/11/2024 por Lusa

Mundo

Guiné-Bissau

Em conferência de imprensa num hotel de Bissau, Domingos Simões Pereira, que é também presidente eleito do parlamento guineense, reagia às declarações do chefe das Forças Armadas, general Biague Na Ntan.

 

O general disse, na terça-feira, também em conferência de imprensa, que os militares não iriam tolerar perturbações no país no próximo sábado, dia em que serão celebrados os 60 anos da criação das Forças Armadas Revolucionárias do Povo (FARP).

"É lamentável que se pretenda incluir as Forças Armadas no debate político", afirmou Domingos Simões Pereira, que falava no final de uma reunião entre a PAI-Terra Ranka e a coligação Aliança Patriótica Inclusiva (API).

As duas coligações reuniram-se hoje para analisar as declarações do general Na Ntan e ainda afinar estratégias para o que consideram de "abuso do poder e falta de democracia" na Guiné-Bissau.

Ainda sobre as declarações de Na Ntan, as duas coligações anunciaram que vão pronunciar-se públicamente na quinta-feira, mas para já, Domingos Simões Pereira notou que as Forças Armadas "não são adversárias" dos políticos.

"Deve ser ele próprio e toda a estrutura (militar) a permitir que tenham um enquadramento republicano de equidistância e da neutralidade em relação ao jogo político", disse o líder da PAI-Terra Ranka referindo-se ao chefe das Forças Armadas.

As duas coligações prometeram para quinta-feira um anúncio sobre se vão realizar as manifestações de rua já anunciadas e que deveriam ocorrer nos dias 14, 15 e 16 deste mês em todo o país.

A intenção das duas plataformas eleitorais é fazer coincidir as manifestações com as festividades do Dia das Forças Armadas e também em que serão celebradas, de forma oficial, o 51.º aniversário da Guiné-Bissau.

As autoridades de Bissau aguardam a presença de vários convidados estrangeiros.

Para já, o antigo primeiro-ministro guineense, Nuno Nabiam, adiantou que as duas coligações vão enviar para a Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) uma carta manifestando as preocupações que têm sobre a situação política no país.

Leia Também: PR guineense diz que setor privado "fraco" contribui para instabilidade no país

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