A informação foi avançada à agência Lusa por várias fontes parlamentares, que referiram que a decisão foi tomada pelos eurodeputados que integram as comissões parlamentares do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar e também da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, que acompanham os temas que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, atribuiu a Oliver Várhelyi: Saúde e Bem-Estar Animal.
Após estes parlamentares terem pedido informação adicional por escrito no seguimento da sua audição, na semana passada em Bruxelas, e de terem remetido uma decisão para hoje, voltaram a adiá-lo.
"A reavaliação de Várhelyi foi adiada sem um dia marcado. Acaba por 'apanhar a boleia' do que foi feito para os vice-presidentes e será votado tudo num pacote", referiu uma das fontes.
A convicção das várias fontes ouvidas pela Lusa é que, na próxima semana e após "um período de acalmia", todos os nomes sejam aprovados, tanto o de Olivér Várhelyi como o dos seis candidatos a vice-presidentes da Comissão Europeia, cujas audições parlamentares foram realizadas na terça-feira.
Para tal, de acordo com as mesmas fontes, é necessário um acordo entre os principais grupos políticos, sendo eles o Partido Popular Europeu (PPE, que integra o PSD e o CDS), os Socialistas e Democratas (S&D, a que pertence o PS), o Renovar a Europa (que inclui a IL) e os Conservadores e Reformistas Europeus (ECR).
De momento, decorrem reuniões entre estas bancadas com o objetivo de facilitar um acordo entre os grupos que permita conseguir as necessárias maiorias de dois terços entre os eurodeputados das comissões parlamentares.
Após a decisão das comissões parlamentares, segue-se o anúncio formal no dia 21 de novembro, estando prevista para dia 27, na sessão plenária do PE em Estrasburgo, França, a votação de todo o novo Colégio de Comissários.
Entre os seis candidatos a vice-presidentes da Comissão Europeia abrangidos pelo pacote estão a estónia Kaja Kallas (Negócios Estrangeiros e Política de Segurança), o italiano Rafaelle Fitto (Coesão e Reformas), a espanhola Teresa Ribera (Transição Limpa, Justa e Competitiva), a finlandesa Henna Virkkunen (Soberania Tecnológica, Segurança e Democracia), a romena Roxana Mînzatu (Pessoas, Competências e Preparação) e o francês Stéphane Séjourné (Prosperidade e Estratégia Industrial).
As mesmas fontes ouvidas pela Lusa indicaram haver em Bruxelas um receio de que um 'chumbo' ao comissário indigitado pela Hungria - e que é atualmente comissário para a Vizinhança e o Alargamento - provoque um bloqueio na entrada em funções da nova Comissão Europeia, que deveria acontecer a 01 de dezembro, dadas as controversas posições do primeiro-ministro húngaro, o ultraconservador Viktor Orbán.
Dos 20 já avaliados na semana passada, apenas Oliver Várhely falhou a aprovação direta, pelo que teve de responder a um questionário escrito às dúvidas dos eurodeputados avaliadores sobre temas como a promoção dos direitos das mulheres e ao bem-estar animal.
Entre os aprovados na primeira ronda de audições está a comissária europeia indigitada por Portugal, Maria Luís Albuquerque, para a pasta dos Serviços Financeiros e União de Poupança e Investimento.
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