Presidente chinês diz que porto de Chancay é "caminho da prosperidade"
O presidente chinês, Xi Jinping, defendeu hoje que o porto de Chancay, construído pela China no Peru, vai servir como "caminho para a prosperidade", num artigo publicado no jornal 'El Peruano', a propósito da inauguração da infraestrutura.
© Hidalgo Calatayud Espinoza/picture alliance via Getty Images
Mundo China
Xi, que está no Peru para participar na cimeira do fórum de Cooperação Económica Ásia -Pacífico (APEC), tem previsto inaugurar hoje o porto, que foi construído e financiado pela China, no valor de 3,5 mil milhões de dólares (3,3 mil milhões de euros).
O Peru é, depois do Brasil, o país latino-americano onde a China investiu mais em 2023, segundo dados oficiais. Pequim e Lima vão também assinar um Acordo de Livre Comércio (ALC).
Xi lembrou que com a conclusão da primeira fase do porto, a viagem marítima entre o Peru e a China poderá ser reduzida para 23 dias, cortando em mais de 20% os custos com o transporte de bens.
O líder chinês estimou os rendimentos anuais em 4,5 mil milhões de dólares (quase 4,3 mil milhões de euros) e a criação de mais de 8000 empregos diretos para o Peru.
A tecnologia, uma abordagem ecológica e a ênfase na segurança caracterizam o porto, que, no entanto, também gerou críticas pela influência da China sobre uma infraestrutura vital na região.
Xi defendeu que o Peru pode "estabelecer um paradigma de ligação multidimensional, diversificado e eficiente que liga a costa e o interior do país".
"Devemos levar a bom termo a construção e a operação deste porto, para que possa ser um verdadeiro caminho para a prosperidade e promover o desenvolvimento comum entre a China e o Peru, e entre a China e a América Latina", acrescentou.
O porto está localizado 80 quilómetros a norte de Lima e é detido em 60% pela empresa estatal chinesa Cosco Shiping e em 40% pela empresa mineira peruana Volcan Compañía Minera, o quarto maior produtor de prata e zinco do mundo.
A infraestrutura permitirá ao Peru receber grandes navios com uma capacidade de carga de até 24.000 contentores. O objetivo é mobilizar entre 30% e 40% da carga nacional destinada à China e ao Sudeste Asiático nos primeiros anos de funcionamento.
A infraestrutura é também de interesse para o Brasil, que pode assim obter acesso ao oceano Pacífico.
O projeto Rotas de Integração da América do Sul, iniciativa do governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva, para ligar o Brasil aos principais centros de comércio e desenvolvimento da região, inclui duas rotas com destino ao porto de Chancay.
Xi Jinping recordou no artigo que o Peru foi um dos primeiros países latino-americanos a estabelecer relações diplomáticas com a China e que os laços bilaterais "têm vindo a avançar a um ritmo constante, especialmente após o estabelecimento da Parceria Estratégica Abrangente em 2013".
Xi sublinhou que a cooperação sino -peruana produziu "resultados frutíferos e benefícios tangíveis para ambos" e apelou ao Peru para "praticar o verdadeiro multilateralismo e promover um mundo multipolar igualitário e ordenado", bem como uma "globalização económica benéfica e inclusiva".
Oficialmente, a China tem apenas um porto militar além-fronteiras, no Djibuti, no Corno de África. Mas alguns dos seus portos comerciais também são utilizados para reabastecer e carregar navios de guerra, como as instalações em Hambantota, no Sri Lanka.
Na última década, o país asiático construiu de raiz ou comprou participações maioritárias numa vasta rede de portos fundamentais para o comércio mundial, desde o Pireu, na Grécia, a Gwadar, no Paquistão.
Segundo o grupo de reflexão Council on Foreign Relations, as empresas estatais chinesas detêm já participações em cerca de 100 portos em 64 países, em todos os oceanos e continentes, exceto na Antártida. A própria China alberga oito dos dez maiores portos de contentores do mundo.
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