Oposição eslovaca manifesta-se contra governo de Robert Fico
Milhares de manifestantes reuniram-se hoje na capital da Eslováquia, no dia do 35.º aniversário da Revolução de Veludo - que pôs fim a décadas de regime comunista na Checoslováquia -, para protestarem contra as políticas do primeiro-ministro populista, Robert Fico.
© TOMAS BENEDIKOVIC/AFP via Getty Images
Mundo Eslováquia
O protesto uniu a oposição, incluindo o partido liberal Eslováquia Progressista, o partido pró-empresarial Liberdade e Solidariedade e o conservador Partido Democrata-Cristão, todos sustentando que Fico é uma ameaça para a democracia.
"O Governo tira-nos a liberdade e a democracia", lia-se numa faixa no meio da multidão.
"A Eslováquia é e será parte da civilização ocidental", declarou o político conservador veterano Frantisek Miklosko - um dos líderes eslovacos que, em 1989, disseram à multidão na praça do SNP (Slovak National Uprising), no centro da cidade: "Não queremos que ninguém nos leve para Moscovo".
A Checoslováquia dividiu-se pacificamente em República Checa e Eslováquia em 1993.
O líder do partido Liberdade e Solidariedade, Branislav Gröhling, acusou Fico de estar a conduzir o país "para um regime autoritário como na Rússia e na China comunista".
Michal Simecka, líder da Eslováquia Progressista, atualmente o partido mais popular do país, sublinhou que a oposição fará o que for preciso para proteger a liberdade e a democracia.
"A Eslováquia é e será uma nação de pessoas livres. E as pessoas livres não se vão calar", sustentou.
Robert Fico e o seu partido de esquerda Smer (Direção) venceram as eleições legislativas do ano passado, com base numa plataforma pró-Rússia e anti-norte-americana.
O seu Governo fez aprovar um plano de revisão da radiodifusão pública - uma medida que, segundo os críticos, dará ao executivo o controlo total da televisão e da rádio públicas.
Essa medida, juntamente com a alteração do Código Penal e a eliminação de um procurador especial anticorrupção, levou os opositores a recear que Fico queira conduzir a Eslováquia por um caminho mais autocrático, seguindo a direção da Hungria do primeiro-ministro populista Viktor Orbán.
Os seus pontos de vista sobre a guerra da Rússia na Ucrânia e outras questões divergem fortemente da corrente europeia dominante: Fico pôs fim à ajuda militar do seu país à Ucrânia, opõe-se às sanções impostas pela União Europeia à Rússia, quer impedir a Ucrânia de aderir à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental) e está a planear uma viagem à Rússia.
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