Montenegro espera que avisos de Putin sejam "apenas ameaças de retórica"

No G20, o primeiro-ministro português afirmou que Portugal vai concentrar-se em criar “condições para evitar escalada” no conflito.

Notícia

© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images

Cátia Carmo
19/11/2024 16:51 ‧ 19/11/2024 por Cátia Carmo

País

Guerra na Ucrânia

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, condenou as ameaças nucleares que chegam da Rússia mil dias depois da invasão da Ucrânia e disse esperar que os avisos do presidente russo, Vladimir Putin, sejam "apenas e só ameaças de retórica e nunca operações no terreno".

 

"Estas respostas e contra-respostas não ajudam a resolver o problema. O nosso desejo é que não se vá mais longe do que aquilo que já se foi e que estas ameaças de ofensa à dignidade humana possam ser apenas e só ameaças de retórica e nunca operações no terreno", afirmou Montenegro no G20, no Brasil.

O governante sublinhou também que a invasão da Ucrânia por parte da Rússia é uma "guerra à democracia, aos direitos humanos e aos valores e princípios que Portugal defende no contexto internacional".

"Merecedores de uma condenação veemente por parte de Portugal", sublinhou o primeiro-ministro.

Questionado sobre se concorda com o Presidente francês, Emmanuel Macron, de que a declaração final do G20 ficou aquém na questão da Ucrânia, o primeiro-ministro admitiu que o facto de a Federação Russa também estar presente terá condicionado o texto final.

"Sendo a Federação Russa a parte principal de um conflito, eu acho que não é preciso fazer uso de nenhum irrealismo para poder concluir que o documento final não poderia ir muito mais longe do que aquilo que vai", considerou.

Sem querer revelar pormenores do que passou dentro da reunião relativamente à Ucrânia, Montenegro disse que esta guerra, como a do Médio Oriente ou outros conflitos, são vistos como "contributos para agravar, agudizar o sofrimento daqueles que vivem com o drama da fome e vivem na miséria da pobreza".

"Quanto mais guerras houver, quanto mais repercussões que essas guerras possam ter no abastecimento de alimentos, na criação de oportunidades de desenvolvimento social e económico em vários pontos do globo, quanto mais dinheiro nós tivermos de gastar na guerra e não gastar na ajuda e na cooperação aos países que mais precisam, mais difícil será obter resultado naquilo que foi o propósito que, em boa hora, a presidência do Brasil, do G20, colocou em cima da mesa", disse.

Antes desta declaração no G20, Montenegro assinalou mil dias de "guerra à democracia" no X (ex-Twitter).

"1000 dias de guerra na Ucrânia são mil dias de guerra à democracia, ao humanismo e ao direito internacional. São dias de desafio e solidariedade europeia com o povo ucraniano", escreveu Luís Montenegro.

Na mensagem, o primeiro-ministro dirigiu-se ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmando: "Portugal caminha lado a lado convosco".

A guerra na Ucrânia começou há mil dias com a invasão russa de 24 de fevereiro de 2022. O conflito provocou a maior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial.

[Notícia atualizada às 17h53]

Leia Também: Lavrov diz que uso de mísseis dos EUA em solo russo é "nova fase"

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas