Discursando na cerimónia de passagem de testemunho a Costa, cujo mandato se inicia no domingo, por dois anos e meio, Charles Michel salientou que o ex-primeiro-ministro português "tem a sensibilidade e a experiência" necessárias para desempenhar um cargo que "obriga a muitos esforços e sacrifícios".
O Conselho Europeu é o guardião da unidade europeia, explicou também Michel, indicando que a prioridade atual é "tornar a União Europeia (UE) mais independente e dona do seu destino".
"Sentámo-nos durante muitos anos como colegas e amigos no Conselho Europeu", referiu também Charles Michel, afirmando estar "otimista com o futuro da UE, apesar de todos os desafios e dificuldades".
No domingo, António Costa inicia funções como presidente do Conselho Europeu, a instituição composta pelos chefes de Governo e de Estado da UE, que define as orientações e prioridades políticas comunitárias.
É o primeiro português e o primeiro socialista a assumir a liderança da instituição.
António Costa, que fez parte do Conselho Europeu em representação de Portugal durante oito anos (período em que foi primeiro-ministro), conhece já alguns dos líderes da UE, mas pretende, no seu mandato de dois anos e meio, encontrar pontos de convergência para compromissos entre os 27 e tornar a instituição mais eficaz.
Sucede no cargo ao belga Charles Michel, em funções desde 2019 e que termina o mandato a 30 de novembro, um período que foi marcado por crises como a saída do Reino Unido da União Europeia (processo conhecido como 'Brexit'), a pandemia de covid-19, a invasão russa da Ucrânia e, mais recentemente, o reacender das tensões no Médio Oriente.
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