"Esperamos que todos os países usem o seu poder e a sua influência para trabalharem no sentido de uma redução da escalada, da proteção dos civis e, em última análise, do avanço do processo político", disse Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, aos jornalistas.
O porta-voz da diplomacia dos Estados Unidos da América (EUA) frisou ainda: "Em todas as nossas conversações com os países da região, continuamos a exortar todos os países a utilizarem a sua influência para promover o desanuviamento. Não queremos ver nenhum país a tentar tirar partido da situação, da instabilidade na Síria".
A União Europeia (UE) apelou também a "todas as partes para que trabalhem no sentido de um desanuviamento" na Síria, onde a Rússia se juntou à força aérea síria para bombardear áreas controladas pelos rebeldes.
"Instamos todas as partes a recuar e a assegurar a proteção dos civis e das infraestruturas civis, bem como o livre acesso da ajuda humanitária, em conformidade com o direito humanitário internacional", referiu o porta-voz dos Negócios Estrangeiros da UE, Anouar El Anouni, num comunicado.
"Condenamos os ataques aéreos da Rússia em zonas densamente povoadas e o seu apoio continuado à repressão do regime de [do líder sírio] Bashar al-Assad", acrescentou o porta-voz do bloco europeu.
Pela primeira vez desde o início da guerra civil na Síria, em 2011, o regime do Presidente Bashar al-Assad perdeu o controlo total de Alepo, a segunda maior cidade do país, um revés esmagador infligido por uma coligação de grupos rebeldes.
Em resposta, aviões sírios e russos bombardearam as zonas detidas por estes grupos na província de Idlib, no noroeste da Síria e vizinha de Alepo, matando 15 civis, incluindo crianças, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
O presidente do movimento da oposição síria no exílio, a Coligação Nacional Síria (CONFROS), Hadi al-Bahra, disse hoje em Istambul, Turquia, que a ofensiva rebelde irá continuar até que o Governo do Presidente sírio "se sente para negociar".
"A operação militar vai continuar até que o regime se sente para negociar. Temos força suficiente para lutar contra Assad", disse al-Bahra, atualmente no exílio, numa conferência de imprensa transmitida pela estação de televisão turca Rudaw.
Uma coligação de grupos rebeldes liderados pelos islamitas do Hayat Tahrir al-Sham (HTS, a Organização pela Libertação do Levante, também conhecido como Al-Qaida na Síria) lançou na semana passada uma ofensiva relâmpago no norte da Síria e tomou controlo da maior parte de Alepo e de várias outras localidades, nomeadamente na província de Hama.
O número de mortos nos combates no norte da Síria subiu hoje para 514, entre os quais contam-se 268 combatentes do grupo islamita HTS e das fações rebeldes aliadas, 156 soldados e combatentes pró-governamentais e 92 civis, anunciou o OSDH, organização com sede no Reino Unido mas que dispõe de uma vasta rede de colaboradores no território sírio.
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