O levantamento afeta as exportações de dois matadouros australianos, depois de a China ter retomado a compra de produtos de carne de outros oito matadouros do país, em maio passado, marcando "um regresso à normalidade para as exportações de carne de bovino", referiu um comunicado do Executivo de Camberra.
As exportações de carne bovina para a China - o segundo maior mercado de carne bovina da Austrália depois dos Estados Unidos - ultrapassaram o equivalente a 1.357 milhões de euros, entre 01 de julho de 2023 e 30 de junho de 2024, com vendas recordes esperadas no próximo ano, acrescentou o comunicado.
O anúncio de hoje significa que a China concordou em levantar todas as medidas restritivas impostas aos produtos australianos desde 2020 e que começou a relaxar progressivamente desde que o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, do Partido Trabalhista, chegou ao poder em maio de 2022.
No entanto, isso não significa que o comércio bilateral tenha voltado ao normal porque a retoma das exportações australianas de lagosta, anunciada em outubro passado, ainda não é efetiva na prática.
"Estamos perto do ponto de remover todos os impedimentos comerciais da China que afetam 20 mil milhões de dólares de exportações australianas", sublinhou o ministro australiano do Comércio, Don Farrell, na declaração de hoje.
A China impôs em 2020 restrições comerciais sobre uma série de produtos da Austrália - país com o qual assinou um acordo de comércio livre em 2015 -, incluindo carvão, cevada, vinho, carne de vaca, lagosta, entre outros, depois de o anterior Governo do conservador Scott Morrison ter insistido numa investigação independente sobre a origem da covid-19.
A medida deteriorou ainda mais as relações entre Pequim e Camberra, que começaram a piorar depois de a Austrália ter aprovado, em 2017, várias leis para fazer face à alegada interferência chinesa na sua política interna e ter proibido, em 2018, a implantação de serviços 5G das empresas chinesas Huawei e ZTE, por razões de segurança.
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