"A minha prioridade é a estabilidade", disse o chefe de Estado francês, em declarações aos jornalistas à margem da sua visita à Arábia Saudita.
Para Macron, o União Nacional (RN, na sigla em francês), o partido de extrema-direita de Marine Le Pen, seria "insuportavelmente cínico" se votasse a favor da moção apresentada pelos partidos de esquerda, "que insulta os seus eleitores".
O Presidente francês também criticou o Partido Socialista, e em particular o antigo Presidente François Hollande, acusando-o de revelar uma "perda total de rumo", ao se colocar ao lado da moção de censura.
Para Macron, derrubar o Governo seria "uma dissolução de mentes", insistindo que essa não é a vontade da maioria dos franceses.
"Mas não acredito nisso", disse Emmanuel Macron, recusando ponderar publicamente as opções para substituir Michel Barnier à frente do Governo, concluindo que isso seria um cenário de "ficção política".
"Todos vão assumir as suas responsabilidades amanhã [quarta-feira]", disse, referindo-se ao dia em que o Parlamento vai votar as moções de censura.
Apesar das cedências feitas pelo primeiro-ministro nos textos orçamentais para 2025, o RN afirmou na segunda-feira que o chefe do Governo não acedeu a todas as suas reivindicações e anunciou que votaria a favor de uma moção de censura.
Os votos dos deputados de extrema-direita, somados aos dos deputados de esquerda, que também apresentaram uma moção de censura, devem ser suficientes para derrubar o Governo.
Michel Barnier, bem como a equipa que o apoia, composta pelo campo político do Presidente Macron e pela direita, alertam para uma "tempestade financeira" se o Governo cair sem ter conseguido aprovar o orçamento.
"Não devemos assustar as pessoas com estas coisas, temos uma economia forte", respondeu o Presidente Macron, a partir de Riade.
"A França é um país rico, sólido, que fez muitas reformas e que as mantém, que tem instituições estáveis, uma Constituição estável", argumentou o chefe de Estado francês.
Embora tenham emanado vários apelos à demissão de Emmanuel Macron nos últimos dias - por parte do França Insubmissa, de esquerda radical, mas também por parte do RN e até de outros partidos políticos - o chefe de Estado afastou esta hipótese ao garantir que nunca pensou em deixar o Eliseu antes do final do seu mandato, em 2027.
"Acontece que se estou perante vós é porque fui eleito por duas vezes pelo povo francês. Estou extremamente orgulhoso disso e honrarei esta confiança com toda a energia, que é a minha até ao último segundo, para ser útil ao país", concluiu Macron.
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