Sudão: Pelo menos 20 civis mortos em ataques contra o exército em Darfur

Pelo menos 20 civis foram mortos terça-feira em ataques do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), contra o exército sudanês na região ocidental de Darfur, afirmou hoje o governador local.

Notícia

© AFP via Getty Images

Lusa
04/12/2024 14:28 ‧ há 9 horas por Lusa

Mundo

Sudão

O ataque ocorreu na aldeia de Abu Zeeriga, a sul da sitiada localidade de Al-Fasher, o último bastião do exército sudanês na vasta região ocidental de Darfur.

 

"A zona de Abu Zeeriga assistiu a um massacre horrível cometido pelas milícias das Forças de Apoio Rápido na tarde de terça-feira contra cidadãos inocentes", afirmou o governador do Darfur, Minni Arko Minawi, em comunicado, referindo que 18 outras pessoas ficaram feridas nos ataques dos paramilitares.

Perante este novo ataque, o responsável sudanês apelou à comunidade internacional para "tomar uma posição firme" contra este novo "genocídio" cometido pelas FAR contra as comunidades africanas e os grupos étnicos nas zonas controladas pelas Forças Armadas do Sudão.

A zona de Al-Fasher, sitiada pelas FAR desde meados de março de 2024, foi palco nos últimos dias de ataques com armas pesadas contra bairros residenciais, mercados e até campos de deslocados.

De facto, 12 pessoas foram mortas nos últimos três dias na sequência de ataques das RSF ao campo de deslocados internos de Zamzam, o maior campo de deslocados internos do Darfur, que alberga mais de meio milhão de pessoas, situado a poucos quilómetros a sul de Al-Fasher.

Estes ataques foram condenados pela coordenadora humanitária e residente da ONU no Sudão, Clementine Nkweta-Salami, que afirmou em comunicado, na terça-feira, que o cerco "resultou em níveis inaceitáveis de sofrimento humano".

"Estes ataques repetidos a instalações civis recordam-nos o impacto devastador que a guerra tem tido nos homens, mulheres e crianças sudaneses, especialmente nos que vivem em condições mais vulneráveis. Os civis e as infraestruturas civis estão protegidos pelo direito humanitário internacional e nunca devem ser alvo de ataques", denunciou.

Dezenas de milhares de pessoas foram mortas desde o início da guerra no Sudão, que começou a 15 de abril de 2023, um conflito que fez do país palco da pior crise mundial de deslocados internos, por forçar 11 milhões de pessoas a fugir das suas casas.

Leia Também: Pelo menos 13 mortos em ataque paramilitar a campo de deslocados no Sudão

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas