O ataque ocorreu na aldeia de Abu Zeeriga, a sul da sitiada localidade de Al-Fasher, o último bastião do exército sudanês na vasta região ocidental de Darfur.
"A zona de Abu Zeeriga assistiu a um massacre horrível cometido pelas milícias das Forças de Apoio Rápido na tarde de terça-feira contra cidadãos inocentes", afirmou o governador do Darfur, Minni Arko Minawi, em comunicado, referindo que 18 outras pessoas ficaram feridas nos ataques dos paramilitares.
Perante este novo ataque, o responsável sudanês apelou à comunidade internacional para "tomar uma posição firme" contra este novo "genocídio" cometido pelas FAR contra as comunidades africanas e os grupos étnicos nas zonas controladas pelas Forças Armadas do Sudão.
A zona de Al-Fasher, sitiada pelas FAR desde meados de março de 2024, foi palco nos últimos dias de ataques com armas pesadas contra bairros residenciais, mercados e até campos de deslocados.
De facto, 12 pessoas foram mortas nos últimos três dias na sequência de ataques das RSF ao campo de deslocados internos de Zamzam, o maior campo de deslocados internos do Darfur, que alberga mais de meio milhão de pessoas, situado a poucos quilómetros a sul de Al-Fasher.
Estes ataques foram condenados pela coordenadora humanitária e residente da ONU no Sudão, Clementine Nkweta-Salami, que afirmou em comunicado, na terça-feira, que o cerco "resultou em níveis inaceitáveis de sofrimento humano".
"Estes ataques repetidos a instalações civis recordam-nos o impacto devastador que a guerra tem tido nos homens, mulheres e crianças sudaneses, especialmente nos que vivem em condições mais vulneráveis. Os civis e as infraestruturas civis estão protegidos pelo direito humanitário internacional e nunca devem ser alvo de ataques", denunciou.
Dezenas de milhares de pessoas foram mortas desde o início da guerra no Sudão, que começou a 15 de abril de 2023, um conflito que fez do país palco da pior crise mundial de deslocados internos, por forçar 11 milhões de pessoas a fugir das suas casas.
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