Irão alerta que poderá abandonar tratado nuclear se sanções forem reintroduzidas

As autoridades iranianas alertaram que poderiam abandonar o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) se fosse ativado o mecanismo que poderia reintroduzir todas as sanções impostas a Teerão antes da assinatura do acordo de 2015.

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Lusa
04/12/2024 15:06 ‧ há 8 horas por Lusa

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A decisão foi anunciada pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Mayid Tajt-Ravanchi, durante uma reunião com membros do Comité de Segurança Nacional e Política Externa do Parlamento do Irão, conforme revelou o presidente da casa legislativa, Ebrahim Rezaei, após uma ronda de contactos dos iranianos com representantes da União Europeia (UE), França, Reino Unido e Alemanha, em Genebra.

 

"Tajt-Ravanchi anunciou que, nesta fase, sentimos que as negociações seriam úteis e falámos sobre vários assuntos, incluindo a questão nuclear", afirmou Rezaei, antes de sublinhar que entre as contramedidas de Teerão, no caso da reintrodução das sanções, está "a retirada do TNP".

Segundo o líder do parlamento iraniano, citado pela cadeia de televisão iraniana Press TV, Takht-Ravanchi afirmou ainda que é provável que haja uma segunda ronda de contactos, sem data prevista, no quadro de um espírito "sem falso otimismo".

Neste sentido, referiu que o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano destacou que os países europeus que assinaram o acordo de 2015 não cumpriram os seus compromissos e, além disso, os Estados Unidos se retiraram do pacto, decisão que levou Teerão a reduzir também a aplicação das suas cláusulas no pacto.

As palavras de Rezaei surgem dias depois de o responsável da Organização de Energia Nuclear do Irão, Mohammad Eslami, ter confirmado que Teerão começou a injetar gás em "milhares" de centrifugadoras para iniciar as suas operações, que é uma resposta das autoridades iranianas a uma resolução de condenação do Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).

A resolução foi aprovada com 19 votos a favor, doze abstenções e três votos contra -- Rússia, China e Burkina Faso.

O texto exige que o Irão dê explicações sobre as suas atividades nucleares e pede ao diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, um relatório abrangente, quando as pressões sobre os iranianos para que cooperem com a agência depois de abandonar parte dos seus compromissos assumidos no acordo de 2015, após a retirada de Washington.

Leia Também: Irão diz estar pronto a "analisar" pedido de envio de tropas para a Síria

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