Islamitas rebeldes reivindicam entrada na cidade estratégica de Hama

A aliança islamita Organização para a Libertação do Levante (OLL) reivindicou hoje ter rompido as defesas do exército de Damasco e entrado na cidade estratégica de Hama, segundo um comunicado do seu comando militar.

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© Ali Haj Suleiman/For The Washington Post via Getty Images

Lusa
05/12/2024 13:04 ‧ 05/12/2024 por Lusa

Mundo

Síria

A reivindicação da OLL é confirmada pelo Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), que adiantou que os combatentes da aliança "entraram na cidade a partir de várias direções" e que "estão a travar violentos combates com as forças do regime" em Damasco, cujo exército já admitiu ter perdido o controlo de Hama.

 

"Nas últimas horas (...), os grupos terroristas conseguiram romper várias frentes na cidade e entrar nela", declarou o exército em comunicado, acrescentando que as suas forças se reposicionaram "fora da cidade".

Os rebeldes afirmaram ter conquistado o controlo da prisão da cidade e "libertado centenas de detidos".

"As nossas forças entraram na prisão central de Hama e libertaram centenas de prisioneiros que tinham sido detidos injustamente", anunciou Hassan Abdel Ghani, chefe militar da coligação rebelde, liderada por Abu Mohammad al-Julani, líder do OLL e também chefe da Hayat Tahrir al-Sham (HTS), num canal do Telegram.

Hama é a segunda cidade que os rebeldes do HTS tomam no espaço de uma semana, após Alepo, a segunda maior cidade do país, ter caído a 01 deste mês.

Os rebeldes "entraram em vários bairros da cidade de Hama, onde estão a ter lugar combates de rua com as forças do regime", afirmou o Observatório.

Situada 210 quilómetros a norte de Damasco, Hama é uma cidade estratégica para o governo de Bashar al-Assad, uma vez que controla a estrada direta para a capital.

Hoje de manhã, o OSDH relatou combates "ferozes" entre os rebeldes liderados pelos extremistas islâmicos do HTS e o exército sírio, que tinha enviado reforços para a cidade.

Na quarta-feira à noite, os rebeldes conseguiram cercar quase completamente a quarta maior cidade da Síria, após uma ofensiva relâmpago vinda do norte que lhes permitiu tomar Alepo.

Al-Julani, desaparecido há alguns meses, reapareceu quarta-feira à noite na emblemática cidadela de Alepo e pediu ao movimento para respeitar a população cristã.

A equipa do Comando Geral do grupo islamita divulgou uma série de imagens que mostram al-Julani no meio da multidão na cidadela da localidade, considerada pela UNESCO Património Mundial da Humanidade e que foi capturada pelas fações rebeldes na passada sexta-feira, após apenas dois dias de combates.

Embora não tenha discursado no local, enviou uma mensagem, posteriormente difundida no canal Telegram do grupo, aconselhando as suas forças no terreno a "tratar bem" a população da cidade de Mharda, no norte da província de Hama, que é "uma cidade cristã".

Al-Julani apelou à população para que não saísse à rua e a que permanecesse em casa.

"Para que vejam em vós [as forças da OLL] o que é o Islão e a sua compaixão, e as recomendações do profeta. Dirijo a minha mensagem às famílias desta cidade, dizendo que tratámos bem os cristãos em Idlib e Alepo", uma cidade com uma forte presença cristã, afirmou al-Julani.

A província de Hama é atualmente o principal alvo da Organização de Libertação do Levante, herdeira da Frente al-Nusra - o antigo afiliado sírio da al-Qaeda - na ofensiva que hoje completa uma semana desde o seu início.

Esta é a primeira aparição pública de al-Julani em Alepo, uma mensagem simbólica de que asseguraram o controlo da cidade, outrora o coração industrial do país, enquanto al-Assad ainda não apareceu entre a população desde o início dos combates.

Mais de 700 pessoas foram mortas na última semana, incluindo mais de uma centena de civis, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Leia Também: Grupos rebeldes cercaram cidade de Hama na Síria "por três lados"

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