Exército sírio diz que perda de Hama é "tática temporária"

O ministro da Defesa sírio, Ali Mahmoud Abbas, assegurou hoje que a tomada pelos rebeldes islamitas da cidade de Hama, no centro da Síria, é "uma medida tática temporária" e instou à paciência e confiança do povo sírio.

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© BAKR ALKASEM/AFP via Getty Images

Lusa
05/12/2024 20:58 ‧ 05/12/2024 por Lusa

Mundo

Síria

"Confirmo que o que aconteceu hoje na cidade de Hama é uma medida tática temporária. As nossas forças ainda se encontram nas imediações da cidade de Hama e estão totalmente preparadas e prontas para cumprir os seus deveres nacionais e constitucionais", afirmou o ministro sírio num discurso transmitido pela televisão.

 

"Aconselhamos o nosso povo na Síria a ser paciente e firme e a estar confiante de que não seremos complacentes no restabelecimento da segurança nas zonas ocupadas por terroristas", declarou.

Os rebeldes islamitas anunciaram hoje controlar "por completo" a cidade de Hama, apenas algumas horas depois de terem entrado na quarta maior cidade da Síria.

O Exército sírio reconheceu que tinha retirado as suas unidades militares estacionadas fora da cidade de Hama, depois de as fações rebeldes terem entrado na cidade esta manhã.

"O Exército Árabe Sírio continuará a ser, como sabem, ao longo dos anos da guerra na Síria, uma barreira impenetrável contra aqueles que tentam, de dentro ou de fora, perturbar a segurança da pátria", disse o ministro da Defesa.

Emitiu também um apelo ao povo sírio, "tanto civil como militar, para que esteja consciente dos perigos desta campanha enganosa, para que não acredite nela e para que se comprometa com o que é publicado exclusivamente através dos canais oficiais nacionais".

Os rebeldes continuam a avançar na província de Hama e têm agora como objetivo a cidade de Homs, também situada ao longo da autoestrada M5, a espinha dorsal do país que liga o sul e o norte da Síria.

Se alcançarem e controlarem Homs, isolarão ainda mais Damasco e impedirão a sua ligação por terra à província costeira de Tartus, reduto da família do Presidente sírio, Bashar al-Assad.

Hama é a segunda capital de província a cair nas mãos dos rebeldes apoiados pela Turquia em pouco mais de uma semana de ofensiva, depois de terem tomado o controlo de Alepo, a segunda maior cidade da Síria, na sexta-feira passada.

Esta ofensiva é a primeira desta envergadura desde há vários anos na Síria, onde as hostilidades tinham globalmente cessado entre os beligerantes apoiados por várias potências regionais e internacionais com interesses divergentes na guerra civil que começou no país em 2011.

A ofensiva, segundo reportam a estação televisiva norte-americana CNN e o diário The Independent, é a primeira em que as forças da oposição conquistam território em Alepo desde 2016, quebrando o impasse de uma guerra que, formalmente, nunca terminou.

O reacendimento do conflito, que já matou mais de 300.000 pessoas e fez sair do país quase seis milhões de refugiados, tem também amplas ramificações na região.

Leia Também: Líderes militares israelitas reúnem-se para discutir avanço de rebeldes sírios

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