"As fações rebeldes entraram na cidade de Homs e tomaram o controlo de alguns bairros, depois de as forças de segurança e o exército se terem retirado das suas últimas posições na cidade", afirmou Rami Abdel Rahmane, diretor do OSDH, uma ONG sediada no Reino Unido com uma vasta rede de fontes na Síria.
Segundo o dirigente, "centenas de prisioneiros deixaram a prisão central de Homs".
Os rebeldes lançaram uma ofensiva relâmpago na Síria em 27 de novembro, apoderando-se rapidamente de vários territórios e das principais cidades de Alepo e Hama, antes de avançarem para sul, em direção a Homs, cerca de 150 quilómetros a norte de Damasco, no maior avanço em 13 anos de guerra civil.
Por seu turno, o Ministério da Defesa sírio negou que os rebeldes tenham entrado na cidade.
"As informações divulgadas pelos meios de comunicação social afiliados a organizações terroristas sobre a entrada de terroristas na cidade de Homs são infundadas", afirmou o Ministério da Defesa.
"A situação é segura e estável, e as nossas forças armadas estão posicionadas em redor da cidade, em sólidas linhas defensivas", acrescentou a mesma fonte.
Os avanços registados na semana passada foram liderado por um grupo que tem origem na Al Qaeda e é considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos e pelas Nações Unidas.
Na sua tentativa de derrubar o governo de Assad, os rebeldes, liderados pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham, ou HTS, têm encontrado pouca resistência por parte do exército sírio.
Pela primeira vez na longa guerra civil do país, o governo tem agora o controlo de apenas três das 14 capitais de província: Damasco, Latakia e Tartus.
O enviado especial da ONU para a Síria, Geir Pedersen, apelou hoje à realização de conversações urgentes em Genebra para garantir uma "transição política ordenada".
Por seu turno, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, cujo país é o principal apoiante internacional do Presidente sírio, Bashar al-Assad, disse sentir "pena do povo sírio".
Em Damasco, as pessoas apressaram-se a abastecer-se de mantimentos e milhares dirigiram-se à fronteira com o Líbano, tentando abandonar o país.
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