Foi também assinada pelos dois governos um "acordo sobre troca e proteção mútua de informação classificada".
Segundo informação divulgada pelo Governo português, na declaração conjunta os dois países reiteram "a firme intenção de continuar o projeto europeu, designadamente, a manutenção da paz, a estabilidade e a propriedade dos cidadãos, sempre norteados a pelos valores da União, os direitos fundamentais, a democracia e o Estado de direto".
Portugal e os Países Baixos afirmam a intenção de "continuar a construção de uma economia mais forte, removendo barreiras desnecessárias e promovendo uma economia sustentável e a coesão da União, bem como, uma agricultura competitiva, sustentável e resiliente" e "acordaram também na importância de aplicar o Pacto de Asilo e Migrações, e em reforçar o papel da União Europeia no mundo, incluindo através da base industrial da defesa".
Marcelo Rebelo de Sousa destacou esta declaração conjunta numa intervenção em inglês durante um almoço de trabalho com o primeiro-ministro neerlandês, Dick Schoof, na presença dos reis dos Países Baixos, Willem-Alexander e Máxima, no museu Mauritshuis, na cidade de Haia.
"Portugal e os Países Baixos têm ideias semelhantes em quase todas as áreas, como se sublinha na declaração conjunta acabada de assinar pelos dois governos", declarou.
"Os acordos que acabámos de assinar demonstram a nossa vontade de trabalhar em conjunto. Não são apenas palavras, mas factos", acrescentou o chefe de Estado.
A "declaração conjunta sobre reforço da cooperação estratégica e europeia entre Portugal e os Países Baixos" e o "acordo sobre troca e proteção mútua de informação classificada", que "estabelece os procedimentos e instrumentos de segurança para tal proteção", foram assinados pela secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Inês Domingos, e pelo ministro neerlandês dos Negócios Estrangeiros, Caspar Veldkamp.
Os governos de Portugal e dos Países Baixos acordaram também um memorando de entendimento para a cooperação entre autoridades de segurança alimentar, que foi assinado pelos respetivos ministros da Economia.
Hoje é o último dia da visita de Estado de Marcelo Rebelo de Sousa aos Países Baixos, a convite dos reis Willem-Alexander e Máxima, que começou oficialmente na terça-feira, em Amesterdão, capital constitucional do país.
Acompanham-no nesta visita o ministro da Economia, Pedro Reis, a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Inês Domingos, o líder parlamentar do CDS-PP, Paulo Núncio, e os deputados Eurico Brilhante Dias, do PS, Isaura Morais, do PSD, Marta Martins da Silva, do Chega, e Mário Amorim Lopes, da IL.
Dick Schoof, independente, ex-trabalhista, que chefiou os serviços de informações neerlandeses, lidera um Governo de coligação entre quatro partidos à direita, formado após as legislativas de novembro de 2023.
A coligação é formada pelo Partido da Liberdade (PVV), de extrema-direita, liderado Geert Wilders, a força mais votada nas eleições, pelo Partido Popular pela Liberdade e a Democracia (VVD), partido liberal do ex-primeiro-ministro Mark Rutte, pelo Novo Contrato Social (NSC) e pelo Movimento de Agricultores e Cidadãos (BBB).
Nas negociações para a formação do Governo, os líderes destes quatro partidos acordaram que nenhum deles seria primeiro-ministro.
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