Guterres, que participou numa reunião relacionada com o G20 (grupo das 20 maiores e emergentes economias do mundo) em Pretória, na África do Sul, apelou para que o fim do regime do líder sírio Bashar al-Assad dê lugar a "um processo político inclusivo em que os direitos de todas as minorias sejam plenamente respeitados".
"Estou confiante de que o povo sírio será capaz de escolher o seu próprio destino", disse.
Nas mesmas declarações, o secretário-geral da ONU defendeu uma "Síria soberana e unida", para que "a sua integridade territorial seja totalmente restaurada", sem referir diretamente quais os atores que poderiam pôr em risco essa integridade.
Entretanto, o enviado especial da ONU para a Síria, Geir Pedersen, já se encontra em contacto com "todos os atores-chave" para analisar o novo contexto.
Na terça-feira, Pedersen sublinhou que a Organização Islâmica de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham, ou HTS, em árabe) e outras formações rebeldes enviaram "boas mensagens" à população desde o início da ofensiva relâmpago contra as tropas governamentais.
O enviado também abriu a possibilidade para que a ONU considere a possibilidade de retirar a HTS da sua lista de organizações terroristas.
Os rebeldes da coligação vitoriosa da HTS lançaram uma ofensiva relâmpago em 27 de novembro a partir da cidade de Idlib, um bastião da oposição, e conseguiram expulsar em poucos dias o exército do regime de Bashar al-Assad das capitais provinciais de Alepo, Hama e Homs, abrindo caminho para Damasco, a capital do país.
Bashar al-Assad fugiu com a família no domingo e pediu asilo político na Rússia.
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