"Os corpos dos terroristas não serão devolvidos às suas famílias e serão enterrados num cemitério de vítimas inimigas", esclareceu o Parlamento num comunicado, anunciando esta proposta legislativa será agora debatida pela Comissão dos Assuntos Externos e Segurança.
O Parlamento propõe-se ainda determinar que o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, por motivos especiais, possa ordenar a devolução do corpo à sua família, lembrando que, atualmente, estes cadáveres costumam ser retidos temporariamente.
A principal razão por detrás deste projeto é acabar com as cerimónias fúnebres e os enterros, por vezes massivos, com que os palestinianos mortos em combate são recebidos nas suas aldeias e cidades de origem, como em Jenin ou Tulkarm, no norte da Cisjordânia ocupada, e onde as tropas israelitas mataram conjuntamente mais de 250 palestinianos só em 2024.
"Mais do que uma vez houve casos em que (nos funerais dos atacantes) foram feitos apelos e discursos manifestando apoio ao ataque que foi perpetrado ou apelando à prática de atos adicionais de terrorismo", justifica a proposta legislativa.
Há apenas um mês, o Parlamento israelita aprovou dois outros projetos de lei: um para deportar familiares de agressores palestinianos para a Faixa de Gaza, e outro para poder condenar crianças palestinianas com menos de 14 anos a penas de prisão "por homicídio como parte de um ato terrorista".
Em Israel, o termo "terrorista" é utilizado indistintamente para se referir a ataques contra civis israelitas ou soldados, cometidos por palestinianos ou milicianos, tanto em território israelita como na Cisjordânia ocupada ou em Gaza.
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