Os acusados são Kalite Azor, Antar Hamat, Chafardine Moussa e Oscar Oumar Wodjonldroba, que pertencem ao grupo armado Frente Popular para o Renascimento da República Centro-Africana (FPRC).
Os quatro homens, nomeadamente o líder Kalite, foram condenados por matarem 27 pessoas do grupo étnico rounga em 29 de abril de 2020 na cidade de Ndele (Norte).
"Os condenados e sentenciados pelos crimes são Kalite Azor, a uma pena de 20 anos de prisão; Antar Hamat, a uma pena de 15 anos de prisão, Chafardine Moussa, a uma pena de 15 anos; e Oscar Oumar Wodjonldroba, a 15 anos", declarou o presidente da secção do tribunal, Aimé Pascal Delimo.
Todavia, os advogados dos acusados anunciaram que vão recorrer da sentença, apesar das penas apresentadas serem inferiores aos 30 anos pedidos pelo Ministério Público.
Este é o segundo caso julgado pelo Tribunal Penal Especial, criado em junho de 2015 com o apoio da ONU, embora tenha sido lançado apenas em junho de 2018, para lidar com crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos no país desde 2003.
A FPRC é uma dissidência de grupos rebeldes do nordeste de maioria muçulmana - a séléka - que tomou Bangui no final de 2012 e derrubou o Presidente François Bozizé após 10 anos no poder (2003-2013), dando início a uma sangrenta guerra civil.
Esse golpe desencadeou uma onda de violência entre grupos muçulmanos e milícias cristãs conhecidas como anti-balaka ("AK47 à prova de balas" na linguagem local).
Embora o atual Presidente, Faustin Archange Touadéra, tenha declarado um cessar-fogo unilateral em outubro de 2021 com o objetivo de facilitar o diálogo nacional, grande parte do país - rico em diamantes, urânio e ouro - continua controlada por milícias.
De acordo com a ONU, a violência deslocou mais de meio milhão de pessoas, e 3,4 milhões - mais de 50% da população centro-africana - precisam de assistência humanitária.
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