"O meu pai foi detido em casa esta manhã", publicou Meraveh Khandan, filha de Reza, no Instagram.
Um dos seus advogados, Mohammed Moghimi, confirmou a informação no X (ex-Twitter), dizendo que o ativista tinha sido provavelmente detido para cumprir a sentença de um julgamento anterior.
Outro advogado, Mahmoud Behzadi Rad, citado pelo jornal reformista iraniano Shargh, disse que Reza Khandan tinha sido detido hoje relativamente com um caso que remonta a 2018.
Segundo o advogado, o ativista foi condenado a um total de mais de 4 anos por duas acusações, "7 meses e 16 dias de prisão por atividade contra o sistema e 3 anos e 6 meses por reunião e cumplicidade (para cometer um crime)".
"Vamos acompanhar o caso no Supremo Tribunal e tentar obter a libertação do Sr. Khandan", acrescentou.
A vencedora do Prémio Sakharov do Parlamento Europeu em 2012, Sotoudeh foi detida pela última vez em outubro de 2023, quando assistia ao funeral de Armita Garawand, uma jovem de 17 anos que morreu após desmaiar em circunstâncias por esclarecer no metro em Teerão e ter ficado em coma por um mês.
A advogada, que foi libertada duas semanas mais tarde, gozava do apoio da União Europeia e pelos Estados Unidos.
Defendeu muitos dissidentes e ativistas, em especial mulheres que se recusavam a usar o véu imposto no país por um código de vestuário rigoroso, bem como pessoas condenadas à morte por crimes cometidos quando eram menores.
O seu marido apoiou-a constantemente, exigindo a sua libertação sempre que foi detida.
A sua detenção ocorre numa altura em que uma nova lei deverá entrar em vigor nos próximos dias, endurecendo ainda mais as penas para quem não respeitar o código de vestuário.
A Amnistia Internacional declarou num relatório que as mulheres podem ser condenadas à pena de morte se violarem a lei sobre "a promoção da cultura da castidade e do hijab".
Na quinta-feira, o parlamento português aprovou uma resolução que pede ao Governo para "condenar as práticas repressivas do regime iraquiano".
A proposta foi aprovada por unanimidade.
Uma jovem foi detida em novembro após ter protestado em roupa interior numa universidade em Teerão contra a imposição do código de vestuário.
O regime iraniano tem enfrentado vários protestos de várias mulheres, sobretudo após a morte em setembro de 2022 de Mahsa Amini, que morreu sob custódia da polícia da moralidade por alegadamente violar as regras do hijab.
Mahsa Amini recebeu postumamente o prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento em 2023.
Leia Também: Libertado rapper iraniano condenado à morte por protestos contra governo