A britânica BAE Systems, a italiana Leonardo e a japonesa JAIEC - criada nomeadamente pela Mitsubishi Heavy Industries -, são os três fabricantes responsáveis pelo desenvolvimento do dispositivo e anunciaram hoje, em comunicado, que assinaram o acordo que dá origem a esta 'joint venture' (empreendimento conjunto, em português), dos quais cada um deles deterá um terço.
A criação desta empresa, que iniciará as suas atividades em meados de 2025, faz parte de um programa conjunto de Londres, Roma e Tóquio, denominado GCAP (Global Combat Air Program ou Programa Global de Combate Aéreo) anunciado em 2022.
A enorme aeronave de cauda dupla em forma de V substituirá o F-2 japonês e os Eurofighters italianos e britânicos.
A sua vida útil "deverá estender-se para além de 2070", de acordo com o comunicado de imprensa.
Se o calendário planeado pelos promotores do projeto for respeitado, entrará em serviço pelo menos cinco anos antes do projeto concorrente SCAF, o projeto Future Air Combat System (Sistema de Combate Aéreo do Futuro) realizado pela França, Alemanha e Espanha.
A nova empresa terá sede no Reino Unido e o seu primeiro diretor-geral, cujo nome ainda não é conhecido, será de nacionalidade italiana. Equipas conjuntas serão implantadas nos três países.
Este acordo, "o culminar de muitos meses de colaboração", reúne "os pontos fortes e a experiência significativos das empresas envolvidas", afirmou Charles Woodburn, CEO da BAE Systems.
"O caminho pode nem sempre ser simples e direto, mas estou confiante de que, ao continuar o espírito de cooperação e colaboração trilateral incentivado até agora, não só entregaremos a GCAP a tempo, mas também a um nível que superará todas as nossas expectativas" , sublinhou, por sua vez, Kimito Nakae, presidente da JAIEC.
A GCAP representa "um passo importante no desenvolvimento de tecnologias de ponta e um exemplo notável da forte cooperação internacional entre as nossas nações", vincou o ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, em comunicado.
O projeto irá girar em torno da aeronave acompanhada por drones, todos conectados com os restantes recursos militares envolvidos numa operação.
Deverão ser comprometidos milhares de milhões de euros em investimentos, distribuídos de forma equitativa, sobre os quais os três fabricantes não forneceram hoje detalhes.
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