Yoon Suk-yeol tem sido um dos nomes mais falados nos últimos dias. O presidente da Coreia do Sul - entretanto destituído - tinha sido eleito para o cargo em maio de 2022.
Natural de Yeonhui-dong, nasceu a 18 de dezembro de 1960 e ambos os pais eram professores universitários. Estudou Direito na Universidade Nacional de Seul e começou a sua carreira no gabinete do Procurador Público, em 1994, estando à frente do Ramo Especial e do Departamento Central de Investigação, ambos investigavam casos relacionados com corrupção.
Em 2019, foi nomeado como procurador-geral, como resultado da sua incessante perseguição à corrupção durante vários anos. Renunciou ao cargo em março de 2021.
Passado três meses, Yoon anunciou a sua candidatura às presidenciais sul-coreanas de 2022, tendo-se assumido, inicialmente, como candidato independente. Meses mais tarde, juntou-se ao Partido do Poder Popular.
O presidente, agora destituído, identifica-se como conservador e os críticos descrevem-no como populista de direita.
Eleições presidenciais de 2022
O líder do Partido do Poder Popular (PPP) conquistou a vitória eleitoral contra o liberal Lee Jae-myung, do partido no poder, por cerca de 250 mil votos (0,73%), a menor margem registada em escrutínios livres nos últimos 35 anos na Coreia do Sul.
Yoon chegou ao poder depois de adotar um tom mais duro com o regime da Coreia do Norte do que o do presidente cessante, Moon Jae-in, que promoveu o degelo na relação entre os dois países vizinhos e facilitou as negociações com os Estados Unidos da América (EUA), para a desnuclearização da península coreana.
As polémicas de Yoon
Ao longo dos anos, Yoon Suk-yeol esteve várias vezes envolto em polémicas. Assume-se como antifeminista e defendia uma postura mais agressiva para com a Coreia do Norte.
Uma polémica mais recente tem a ver com o facto da sua esposa, Kim Keon Hee, ter sido acusada de corrupção e tráfico de influência. Yoon veio depois pedir desculpas em nome da mulher.
A sua popularidade tornou-se instável e a gota de água acabou por acontecer no dia 3 de dezembro quando decidiu declarar lei marcial de emergência.
A Lei Marcial…
O nome de Yoon já fez correr muita tinta na imprensa nacional e internacional, depois de ter decidido declarar lei marcial de emergência. Através de um comunicado surpresa, o presidente sul-coreano justificou a sua decisão com o objetivo de "erradicar as forças pró-norte-coreanas e proteger a ordem constitucional" das atividades "anti-estatais", de que acusa o principal bloco da oposição, o Partido Democrática (PD).
Pouco depois, a Assembleia Nacional do país revogou a lei marcial, numa sessão plenária extraordinária convocada após o anúncio, com milhares de pessoas a protestarem nas ruas de Seul.
O presidente da Coreia do Sul veio depois falar ao país, anunciando que iria suspender a lei marcial que havia decretado.
Posto isto, o país mergulhou numa crise política profunda, levando a que o principal partido da oposição quisesse o ‘impeachment’ de Yoon.
O 'impeachment'
No dia 7 de dezembro, o parlamento ia votar a moção de destituição do presidente sul-coreano. No entanto, acabou por ser uma tentativa falhada, uma vez que quase todos os deputados do partido no poder abandonaram o parlamento numa tentativa de impedir a obtenção de quórum.
Até que… no dia 14 de dezembro, o 'impeachment' foi votado por mais de 200 deputados, fazendo assim com que o Yoon Suk-yeol fosse destituído do cargo.
Para já, é o primeiro-ministro, Han Duck-soo, quem vai assumir as funções. Pelo menos, até que o processo no Tribunal Constitucional termine, uma vez que é este órgão que tem o poder de demitir formalmente, ou não, o presidente da Coreia do Sul.
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