A lei marcial foi declarada a 03 de dezembro unilateralmente pelo Presidente da República sul-coreano, Yoon Suk Yeol, num discurso televisivo, e de imediato revogada pelo parlamento, que no sábado decidiu destituí-lo do cargo.
A polícia suspeita de que o chefe dos serviços secretos militares, general Moon, enviou forças sob o seu comando para a sede da Comissão Nacional de Eleições em Gwacheon, a sul de Seul, apenas dois minutos após o anúncio da lei marcial, o que sugere que o contingente ou sabia antecipadamente do plano do chefe de Estado de impor a lei marcial ou fez parte dos preparativos para a sua imposição, segundo fontes da agência noticiosa oficial sul-coreana Yonhap.
A polícia sul-coreana crê que Noh, o antecessor do general Moon, é um colaborador próximo do ex-ministro da Defesa Kim Yong Hyun (que tentou suicidar-se há quatro dias na cela onde estava detido) e é suspeito de envolvimento nos preparativos ordenados ao Presidente para o decreto da lei marcial.
O principal partido da oposição, o Partido Democrata, argumentou que o antigo chefe dos serviços secretos foi responsável pela redação do referido decreto, publicado pouco depois do anúncio de Yoon, e que discutiu com o ex-ministro da Defesa as medidas a tomar após o levantamento da lei marcial.
Nos termos das disposições relativas a detenções de emergência, a polícia dispõe de 48 horas para manter os dois homens sob custódia para interrogatório.
Yoon não tem qualquer intenção de abandonar o poder. Depois de tomar conhecimento do resultado da votação parlamentar - que deverá ser aprovado pelo Tribunal Constitucional nos próximos dias -, declarou que "nunca se renderá" e prometeu continuar "a fazer o que é melhor para o país até ao fim".
Numa mensagem ao país, disse que iria fazer "uma pausa".
"Vou pensar em todas as críticas, mas também em todo o apoio que recebi, e vou continuar a fazer o que é melhor para o país", sublinhou.
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