O protesto promovido pelos conselhos de estudantes coincide com o 25.º aniversário do refém Matan Zangauker que apareceu em 08 de dezembro num dos vídeos de propaganda que o Hamas tem divulgado como medida de pressão contra Israel.
"Espero que [o meu filho] seja o último refém a celebrar um aniversário em cativeiro", disse Eina, a mãe de Zangauker, que também se juntou aos protestos, citada pela agência espanhola EFE.
Durante as manifestações, que envolveram professores e pais que bloquearam estradas e cruzamentos em diferentes partes de Israel, incluindo Telavive, não foram registados incidentes ou detenções.
Os protestos surgem numa altura em que as conversações sobre um acordo de tréguas em Gaza registam progressos positivos, segundo disse o Hamas na terça-feira.
Fontes israelitas próximas das negociações também confirmaram à EFE avanços no processo.
No entanto, os meios de comunicação israelitas assinalaram no final de terça-feira que um acordo ainda não estava iminente por persistirem grandes obstáculos entre as duas partes.
O Presidente israelita, Isaac Herzog, vai reunir-se hoje em Jerusalém com Adam Boehler, nomeado pelo próximo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para as questões dos reféns.
Não foram divulgadas mais informações sobre o encontro.
As negociações sobre os reféns desagradam a alguns dos ministros mais radicais do Governo de Benjamin Netanyahu, que desde o início da guerra se opõem a um diálogo com o Hamas e pedem bombardeamentos mais duros.
"É um erro grave que não serve nem os objetivos nem os interesses do Estado de Israel na guerra, nem o regresso dos reféns, porque no final é um acordo parcial", disse o ministro das Finanças, o ultraconservador Bezalel Smotrich.
"O Hamas está no seu ponto mais baixo desde o início da guerra e este não é o momento de lhe dar uma tábua de salvação", afirmou Smotrich durante uma entrevista à rádio israelita Kol Barama.
Os reféns foram raptados por militantes palestinianos liderados pelo Hamas no ataque sem precedentes que realizaram no sul de Israel em 07 de outubro de 2023.
Além de terem matado cerca de 1.200 pessoas, os atacantes levaram para Gaza cerca de 250 reféns, segundo as autoridades israelitas.
De acordo com o Fórum das Famílias dos Reféns e Desaparecidos, que representa as famílias dos sequestrados, 96 continuavam sob custódia do Hamas há uma semana, segundo dados citados pela estação de televisão britânica Sky News.
Após o ataque, Israel lançou uma ofensiva militar de grande escala na Faixa de Gaza que causou a morte a mais de 45.000 pessoas, de acordo com dados do Ministério da Saúde do Governo do Hamas, considerados fiáveis pela ONU.
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