Leal da Silva afirmou que muitos cidadãos da Gâmbia, Guiné-Conacri, Níger, Senegal, Serra-Leoa e Somália vivem nas ilhas Bijagós "sem controlo das autoridades" guineenses.
O diretor dos serviços de Migração indica que aqueles estrangeiros se dedicam ao corte ilegal do mangal para a fumagem do peixe, que exportam para os respetivos países, mas prometeu que as autoridades "um dia vão lá" desmantelar os acampamentos onde habitam "de forma ilegal", disse.
"Parece que vivem numas ilhas independentes da Guiné-Bissau", realçou Lino Leal da Silva, que falava hoje em Bissau para assinalar o Dia Internacional dos Migrantes.
O responsável guineense disse que muitos estrangeiros aproveitam as condições da Guiné-Bissau, um país "acolhedor de emigrantes" devido ao facto de ser "dos mais tranquilos da África Ocidental", para tentar entrar de forma clandestina na Europa.
Nesse processo, observou Lino Leal da Silva, muitos acabam por perder a vida no mar, o que lamentou.
O Diretor Geral dos Serviços de Migração, Estrangeiros e Fronteiras da Guiné-Bissau referiu-se às dezenas de milhares de migrantes que nos últimos seis meses chegaram às ilhas espanholas da Canárias em viagens clandestinas.
"Dessas pessoas, cinco mil ficaram pelo caminho. Morreram", observou Lino Leal da Silva que lamenta que um fenómeno "que já se pensava ter terminado, esteja a voltar".
O diretor dos serviços de migração sublinha que os guineenses "não se metem nessas práticas", das travessias clandestinas, que disse serem de estrangeiros.
Lino Leal explica que essas pessoas "deitam fora" os respetivos documentos de identificação e quando são apanhadas na Europa pela polícia recusam-se a dizer de onde partiram para não serem recambiados, disse.
"Registam-se muitas perdas humanas na dita busca de melhores condições de vida. Isso para nós é perder a vida", referiu o dirigente guineense apelando os jovens para evitarem "andar por caminhos travessos" na tentativa de chegar à Europa.
Lino Leal da Silva notou que os serviços consulares das embaixadas europeias estão a dar vistos a pessoas com contrato de trabalho para evitar o fenómeno de migração clandestina.
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