Governo polaco avança com lei que limita direito ao asilo e combate envio de migrantes

O Governo polaco adotou hoje um projeto de lei que o autorizará a limitar temporariamente o direito ao asilo, com o objetivo de combater, de acordo com as autoridades de Varsóvia, a imigração organizada por Minsk e Moscovo.

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© Mateusz Wlodarczyk/NurPhoto via Getty Images

Lusa
18/12/2024 23:05 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Polónia

A Polónia, membro da NATO e da União Europeia (UE), acusa as duas capitais desde 2021 de organizarem este afluxo de migrantes no âmbito de um ataque híbrido destinado a desestabilizar a região e toda a UE, uma acusação rejeitada pelo regime bielorrusso.

 

Na semana passada, a Comissão Europeia estimou que os estados europeus poderiam limitar os direitos dos requerentes de asilo "instrumentalizados" pela Rússia, prestando um apoio claro a Varsóvia face aos "ataques híbridos".

"Um direito [à proteção internacional] que ninguém pretende tirar a ninguém - é usado hoje, especialmente na fronteira com a Bielorrússia, pelos inimigos do Estado polaco", frisou o primeiro-ministro, Donald Tusk, em declarações aos jornalistas.

Tusk já tinha anunciado a introdução de tais medidas em outubro.

De acordo com o texto do projeto de lei, o Governo pode, sob certas condições, limitar o direito de apresentar um pedido de proteção internacional a pedido do ministro do Interior.

A restrição será temporária e a sua duração não ultrapassará os 60 dias consecutivos. A sua duração pode ser prorrogada por um período determinado, não superior a 60 dias, com o acordo do Parlamento.

O regulamento deve também especificar a secção exata da fronteira onde a restrição se aplica.

Além do texto sobre o direito de asilo, o governo adotou na quarta-feira outras propostas de lei sobre estrangeiros, incluindo uma que torna mais rígido o sistema de atribuição de vistos.

Para entrarem em vigor, os textos têm de ser aprovados pelo Parlamento e depois assinados pelo Presidente.

O Parlamento é controlado pela coligação pró-europeia no poder, mas um dos seus membros, a esquerda, manifestou reservas quanto ao texto sobre a proteção internacional.

"Estamos a retomar o controlo das fronteiras polacas e do sistema de emissão de vistos", garantiu Tusk, na esperança de encontrar uma maioria no Parlamento.

Leia Também: Polónia defende que Rússia deve ser "forçada" a negociar com Kyiv

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