"Não é apenas uma ameaça para a Roménia, é também uma ameaça para as democracias e os valores europeus. Todos os países estão expostos a este risco", disse Iohannis antes da cimeira UE-Balcãs Ocidentais, referindo-se aos problemas recentes nas eleições presidenciais no seu país.
As eleições presidenciais na Roménia foram anuladas pela justiça do país e devem ser repetidas devido aos sinais de interferência russa na primeira volta eleitoral, ganha em 24 de novembro, contra todas as probabilidades, pelo candidato ultranacionalista e pró-Rússia Calin Georgescu.
"É necessária uma coordenação a nível da UE para combater a interferência estrangeira e os ataques híbridos da Rússia", acrescentou o presidente liberal, que prolongará o seu mandato até à repetição das eleições presidenciais, provavelmente na primavera.
Iohannis reuniu-se hoje, em Bruxelas, com o presidente do Conselho Europeu, António Costa, para falar sobre as prioridades estratégicas na agenda da UE.
"Falámos sobre o conjunto de medidas e ferramentas que devemos desenvolver para combater a interferência maligna da Rússia em todos os processos relacionados com a UE", disse Iohannis.
Para o chefe de Estado romeno em funções, é necessário ir muito mais longe e encontrar mecanismos mais eficazes.
"A Roménia teve um enorme problema e resolveu-o", disse, sobre a decisão de repetir as eleições.
Com a ajuda de um "ator estatal", Georgescu fez uma forte campanha nas redes sociais, sobretudo no TikTok, que segundo o próprio candidato não custou dinheiro, o que os especialistas consideram impossível.
Entretanto, a Comissão Europeia abriu uma investigação contra o TikTok por alegada violação da Lei dos Serviços Digitais da UE (DSA), que exige que as empresas avaliem e mitiguem a interferência estrangeira nos processos eleitorais.
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