Oito pessoas foram condenadas pelo seu envolvimento na morte do professor Samuel Paty, assassinado em outubro de 2020, a noroeste de Paris, em França.
A decisão do tribunal francês foi conhecida esta sexta-feira, 20 de dezembro, e aplicou sentenças entre os três e os 16 anos a sete homens e a uma mulher, avança a BBC.
Naïm Boudaoud e Azim Epsirkhanov, os dois amigos do assassino do professor francês Samuel Paty, foram considerados culpados de cumplicidade no homicídio e condenados na sexta-feira a 16 anos de prisão criminal.
Os dois autores da campanha de ódio contra o professor, Brahim Chnina e Abdelhakim Sefrioui, foram, por sua vez, considerados culpados de conspiração terrorista e condenados, respetivamente, a 13 e 15 anos de prisão criminal.
Antes do ataque que vitimou o professor de história e geografia, de 47 anos, este foi alvo de uma intensa campanha de assédio online que começou quando um estudante o acusou falsamente de discriminar os muçulmanos.
Samuel Paty morreu após ser esfaqueado e depois decapitado perto de uma escola secundária em Conflans-Sainte-Honorine, onde lecionava.
O seu assassino, Abdoullakh Anzorov, um russo de 18 anos de origem tchetchena, foi morto a tiro pela polícia no local minutos após ter cometido o crime.
Na ausência de Anzorov, o julgamento, que decorreu ao longo de sete semanas, foi feito a pessoas que lhe deram apoio, tanto moral como material.
Além disso, o Ministério Público retirou a acusação de cumplicidade a favor de uma acusação menor de associação com uma empresa terrorista contra os dois jovens acusados de prestar apoio logístico ao assassino.
Entre os condenados estava Brahim Chnina, o pai muçulmano da aluna de 13 anos na altura que mentiu quando acusou falsamente o professor de discriminar os alunos muçulmanos da sua turma durante uma aula sobre liberdade de expressão, em que mostrou uma caricatura de Maomé.
Chnina, de 52 anos, enviou uma série de mensagens aos seus contactos a denunciar Paty, dizendo que "este homem doente" precisava de ser despedido, juntamente com a morada da escola no subúrbio parisiense de Conflans Saint-Honorine. Na verdade, a filha de Chnina mentiu-lhe e nunca assistiu à aula em questão.
O homem foi acusado de alegada associação a uma empresa terrorista por ter atacado o professor de 47 anos através de informações falsas. O Ministério Público pediu-lhe uma pena de 10 anos de prisão.
O ataque ocorreu num contexto de protestos em muitos países muçulmanos e de apelos 'online' à violência contra a França e o jornal satírico francês Charlie Hebdo.
[Notícia atualizada às 23h57]
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