Stéphanie Tremblay, vice-porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, explicou hoje, numa conferência de imprensa em Nova Iorque, que os assaltos ocorreram no chamado "corredor Filadélfia" e afetaram um terço de uma caravana do Programa Alimentar Mundial (PAM), enquanto 43 camiões conseguiram atingir o seu objetivo e levar a ajuda aos armazéns designados.
Precisamente para evitar uma rota mais perigosa, os 66 camiões do PAM começaram recentemente a utilizar esta rota alternativa a partir de Karem Shalom, mas "apesar das garantias das autoridades israelitas de que existiriam condições de segurança, ocorreu um bombardeamento nas imediações".
Isto fez com que as próprias Forças Armadas israelitas paralisassem parte da caravana e a notícia desta situação espalhou-se rapidamente na zona, atraindo saqueadores que apreenderam 23 camiões, cujo paradeiro é desconhecido.
Este incidente é semelhante ao registado em 12 de dezembro, embora nesse caso tenham sido saqueadas 80 viaturas, também no mesmo local.
A ONU responsabilizou Israel em diversas ocasiões pela situação de anarquia na zona depois de dizimar a polícia palestiniana que fazia parte da estrutura de comando do Hamas.
Há meses que a Faixa de Gaza é um território onde os saqueadores correm desenfreadamente.
O atual conflito no Médio Oriente, que causou dezenas de milhares de mortos, sobretudo em Gaza, foi desencadeado por um ataque do grupo extremista palestiniano Hamas no sul de Israel em 07 de outubro de 2023.
Israel respondeu com uma intervenção militar de grande envergadura na Faixa de Gaza, mas o conflito estendeu-se ao Líbano por o Hezbollah ter atacado alvos israelitas para ajudar o Hamas.
Desde 07 de outubro de 2023 já morreram 1.208 pessoas do lado israelita, a maioria civis, segundo uma contagem da Agência France Presse baseada em números oficiais israelitas e incluindo reféns que morreram ou foram mortos em cativeiro na Faixa de Gaza.
Mais de 45.000 palestinianos foram mortos na campanha militar de retaliação de Israel em território palestiniano, a maioria dos quais civis, segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas para Gaza, considerados fiáveis pela Organização das Nações Unidas (ONU).
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