"Realizaremos rapidamente investimentos que fortalecerão as economias de nove cidades na região e transformarão os seus recursos subterrâneos e superficiais em valor", anunciou hoje o vice-presidente e ministro da Indústria turco, Fatih Kacir, em Sanliurfa, na região da Anatólia, citado pela agência Efe.
Entre outros, o responsável destacou vários projetos para tornar mais eficiente o uso de recursos hídricos, incluindo a abertura de 475 mil hectares de um sistema de rega que geraria emprego para 570 mil pessoas.
Além disso, no marco do chamado "programa de crescimento económico orientado para o turismo", preservar-se-á "o património cultural da região, fortalecer-se-á a infraestrutura e priorizar-se-á a transformação ecológica nos destinos", de acordo com o ministro.
No total, o plano regional tem previsto colocar em ação nos próximos quatro anos quase 200 projetos com um volume de investimentos estatais estimados em 496 mil liras turcas, equivalentes hoje a cerca de 13,5 mil milhões de euros.
Este anúncio acontece no mesmo dia em que o fundador e líder intelectual do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), Abdullah Öcalan, preso desde 1999 numa ilha turca, declarou estar disposto a chegar a uma solução pacífica para a questão curda.
"Estou disposto a tomar as medidas positivas necessárias e a fazer o chamamento [à paz]", disse Öcalan, de 76 anos, numa declaração publicada hoje no 'site' do partido DEM, da esquerda pró-curda da Turquia, depois de uma delegação partidária o ter visitado na prisão.
Segundo o líder curdo, "os acontecimentos em Gaza e na Síria demonstraram que a solução desta questão, que as intervenções externas trataram de converter num problema crónico, não pode demorar mais", ressalvando que o parlamento turco é o lugar para se alcançar uma solução pacífica.
Considerada uma organização terrorista não só por Ancara mas também pela União Europeia e pelos Estados Unidos, o PKK começou a sua luta armada em 1984 na busca pela independência curda da Turquia.
Desde então, mais de 45 mil pessoas morreram em confrontos armados entre rebeldes do PKK e forças de segurança turcas.
O desenvolvimento económico e o nível de vida nas províncias onde se concentra a minoria curda na Turquia, situadas no leste e sudeste do país, é consideravelmente inferior à situação do resto do país, algo atribuído em parte à luta dos guerrilheiros curdos.
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