"Uma pequena mancha de petróleo com 1,5×1,5 metros chegou hoje a Sebastopol e foi descoberta à entrada da baía de Balaklava", sublinhou o governador de Sebastopol, Mikhail Razvojaiev, numa mensagem publicada na plataforma Telegram.
Segundo a mesma mensagem, que foi acompanhada por um vídeo que mostra uma mancha preta a flutuar na água, os trabalhos de limpeza já foram ordenados.
A cidade de Sebastopol, com uma população de mais de meio milhão de habitantes, é a base histórica da frota russa no Mar Negro e um importante destino turístico para os russos.
Segundo Razvojaiev, foram também descobertos "casos esporádicos" de aves cobertas de petróleo noutras zonas da Crimeia, uma península ucraniana anexada pela Rússia em 2014.
"Até agora, apenas foram encontrados alguns pássaros" com petróleo, mas "se a situação se agravar, serão mobilizados pontos de recolha e voluntários adicionais", disse.
Dois petroleiros russos, o 'Volgoneft-212' e o 'Volgoneft-239', encalharam, a 15 de dezembro, durante uma tempestade, no Estreito de Kerch, entre a Rússia e a Crimeia.
Estes navios transportavam 9.200 toneladas de fuelóleo, das quais cerca de 40% podem ter sido derramadas no mar.
As autoridades e os voluntários organizaram uma operação de limpeza em grande escala, mas a situação continua a causar preocupação.
No sudoeste da Rússia, foram descobertos indícios de petróleo nas praias de Anapa, uma popular estância balnear, anunciou a organização regional responsável pela gestão deste tipo de situações.
"Na noite de 02 para 03 de janeiro, o mar espalhou uma nova vaga de produtos petrolíferos", explicou esta organização na rede social Telegram, publicando fotografias de pessoas com equipamentos de proteção a limparem a zona e a carregarem areia contaminada em sacos de plástico.
Desde o início da maré negra, quase 78 mil toneladas de areia contaminada foram removidas de dezenas de quilómetros de praias na costa russa, mas, no total, cerca de 200 mil toneladas de solo podem ter sido afetadas, segundo as autoridades.
Os esforços de limpeza estão também a ser complicados pelo facto de o tipo de óleo derramado não flutuar necessariamente na superfície da água.
De acordo com o serviço russo responsável pelos resgates marítimos Morspassloujba, este é "o primeiro acidente no mundo a envolver fuelóleo 'pesado' de qualidade M100".
"Este tipo de fuelóleo solidifica a uma temperatura de 25°C, a sua densidade é próxima da água mas mais pesada e, ao contrário de outros produtos petrolíferos, não flutua à superfície, tendo antes tendência para ir para o fundo", explicou a fonte.
"Não existe tecnologia comprovada no mundo para eliminar" este tipo de substância no mar, alertou o Morspassloujba.
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